sexta-feira, 27 de julho de 2012

Colesterol: de Gota a Alzheimer

Em excesso, ele não é inimigo apenas do coração. De panes nos neurônios a dolorosas inflamações no dedão do pé, achados recentes desvendam o que a substância pode causar pelo corpo.

     Embora esteja na boca do povo há décadas, com frequência duas grandes confusões são feitas a seu respeito. A primeira é chamá-lo de gordura, quando, na verdade, trata-se de um álcool complexo - detalhe químico mais complexo ainda. A segunda é que seu potencial nocivo se restringe ao sistema cardiovascular. "O colesterol circula por boa parte do organismo para formar membranas celulares, ácido biliar e hormônios", relata Eder Quintão, endocrinologista do Laboratório de Lípides da Universidade de São Paulo. Esse acesso quase irrestrito, apesar de essencial para inúmeras atividades, traz seus inconvenientes. Isso porque dá a possibilidade de ele, quando nas alturas, acarretar estragos em diversas regiões.




Infográfico explica como o colesterol age pelo corpo. Confira!


Após analisarem dados epidemiológicos que relacionam altos índices da partícula a demências, por exemplo, cientistas da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, decidiram averiguar o que estaria por trás desse fenômeno. Valendo-se de equipamentos modernos, eles descobriram que o protagonista da reportagem está intimamente ligado ao surgimento das famigeradas proteínas beta-amiloides. "Essas moléculas danificam células nervosas, promovendo a doença de Alzheimer", ensina o bioquímico Charles Sanders, coordenador da pesquisa.

"O trabalho americano nos ajuda a compreender o motivo pelo qual observamos um acúmulo de placas beta-amiloides ao colocarmos neurônios em um meio de cultura repleto de colesterol", enfatiza o neurologista Paulo Caramelli, da Universidade Federal de Minas Gerais. "Mas ele não explica por que existe uma associação, principalmente em pacientes acima dos 75 anos, entre a doença de Alzheimer e problemas vasculares", contrapõe.
     Há, claro, quem acredite que esse vínculo seja resultado da idade avançada. Em outras palavras, indivíduos nessa faixa etária tenderiam a sofrer mais com ambos os transtornos simplesmente pelo fato de o corpo estar envelhecendo. Essa, entretanto, não é a única hipótese levantada pelos especialistas. "Taxas elevadas de colesterol provocam inflamações nos vasos, que, ao longo dos anos, também dificultam a passagem de sangue", ressalta Angelina Zanesco, fisiologista do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista, em Rio Claro. Se a artéria comprometida é uma que chega à massa cinzenta, as células nervosas deixam de ser abastecidas adequadamente com o líquido vermelho. Resultado: elas param de funcionar direito por falta de nutrientes, o que contribuiria para o extermínio das memórias.
     Outro mal que às vezes implica queima de arquivos mentais atende pelo nome de derrame isquêmico - o bloqueio por completo do fluxo sanguíneo acaba matando os neurônios, digamos, de fome. Em várias situações, a obstrução decorre do excesso de colesterol circulante.
     Quando o assunto é diabete, invariavelmente se fala em glicose. Mas adivinhe que outra molécula está envolvida com a enfermidade. "O excesso de colesterol no pâncreas atrapalha a fabricação de insulina, responsável por colocar o açúcar para dentro das células", revela Francisco Helfenstein Fonseca, cardiologista e coordenador do Setor de Lípides, Aterosclerose e Biologia Vascular da Universidade Federal de São Paulo. E, com doses a menos desse hormônio na circulação, a glicemia sobe que nem foguete. Por outro lado, quando você tem bastante HDL, aquela espécie de faxineiro da circulação, a probabilidade de desenvolver ou agravar o quadro diminui.
     Nem as articulações estão a salvo da avalanche de colesterol. "Ele facilita o aparecimento de crises de gota", exemplifica Ricardo Fuller, chefe do Ambulatório de Reumatologia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Esse distúrbio, caracterizado por inchaço e dores intensas nas juntas - principalmente no dedão do pé -, depende de processos inflamatórios para dar as caras. Ao que tudo indica, taxas expressivas da substância em questão auxiliam a alastrar esse incêndio.
     A artrite reumatoide, outro mal que ataca as juntas, propiciando incômodos, perda de movimento e deformações, também pode ser agravada por você já sabe quem. "Aliás, uma pesquisa deste ano verificou falhas na função do HDL de quem possui a doença", reforça Fuller. Mesmo assim, ainda faltam evidências sólidas de que o tratamento para controlar o colesterol beneficie pessoas com desordens reumatológicas.
     No futuro, a ciência deve oferecer uma resposta definitiva para essa dúvida. Outra pergunta é se a partícula abordada aqui seria o estopim para cânceres. "Segundo alguns estudos, o uso de estatinas, medicamentos que reduzem a concentração dessa molécula no sangue, previne tumores como o de próstata, mama e intestino", afirma Samuel Aguiar Júnior, cirurgião oncologista e diretor do Núcleo de Tumores Colorretais do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo. "Só que esses trabalhos são poucos e ainda controversos", ressalva.
     Um vestígio extra desse possível elo é o de que levantamentos populacionais definem sujeitos com pouco LDL e muito HDL como mais protegidos contra o câncer. "Resta saber se o dado encontrado é consequência do colesterol ou se hábitos saudáveis, que regulam seus níveis ao mesmo tempo que trazem outras melhorias para o organismo, são os verdadeiros responsáveis pelos números encontrados", pondera Aguiar Júnior.

O que doma o colesterol

    Quando descobrimos que grande parte dessa substância é manufaturada no fígado independentemente da alimentação, muita gente supõe que quase não adianta tomar cuidado com o que ingerimos. "Essa impressão não poderia estar mais equivocada", garante Raul von der Heyde, nutricionista da Universidade Federal do Paraná. "Por exemplo: o consumo de gorduras saturadas, presentes no óleo de dendê, em carnes e no leite, aumenta significativamente os índices de colesterol, sobretudo de LDL, na corrente sanguínea", argumenta o especialista.
     Se as gorduras saturadas culminam em mais LDL, as poli-insaturadas das nozes e do salmão fazem exatamente o contrário. "Mas elas, se ingeridas além da conta, infelizmente reduzem os níveis de HDL", lamenta Raul von der Heyde. Por isso, nada de abusar - o ideal é que elas componham não mais do que 10% do total de calorias do dia.
     Também aposte nas fibras solúveis. Junto com a água, elas formam um gel no intestino que impede o colesterol de ser absorvido. Para abastecer seus estoques do nutriente, invista em frutas como maçã, laranja e pera ou lance mão da aveia. Só não se esqueça de beber H2O. Caso contrário, os benefícios se esvaecem.
     Por mais que certos estudos vinculem o azeite de oliva e o abacate, fontes de gordura monoinsaturada, com mais HDL no sangue, não existe uma verdadeira comprovação de que isso ocorre. Se o objetivo é incrementar a concentração dessa aliada da saúde, a melhor estratégia atende pela alcunha de atividade física. "Os exercícios não apenas aumentam o número das moléculas como melhoram a qualidade delas", acrescenta Maria Teresa Zanella, presidente do Departamento de Dislipidemia e Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
      Para obter a benesse, são necessários esforço e um pouco de paciência. "A intensidade precisa ser de moderada a alta. Após três meses de prática esportiva constante, as mudanças começam a surgir", informa a fisiologista Angelina Zanesco. Com o colesterol sob rédeas curtas, as memórias de uma vida livre de diabete, câncer e dores nas articulações têm tudo para ficar na sua cabeçaApós analisarem dados epidemiológicos que relacionam altos índices da partícula a demências, por exemplo, cientistas da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, decidiram averiguar o que estaria por trás desse fenômeno. Valendo-se de equipamentos modernos, eles descobriram que o protagonista da reportagem está intimamente ligado ao surgimento das famigeradas proteínas beta-amiloides. "Essas moléculas danificam células nervosas, promovendo a doença de Alzheimer", ensina o bioquímico Charles Sanders, coordenador da pesquisa.
"O trabalho americano nos ajuda a compreender o motivo pelo qual observamos um acúmulo de placas beta-amiloides ao colocarmos neurônios em um meio de cultura repleto de colesterol", enfatiza o neurologista Paulo Caramelli, da Universidade Federal de Minas Gerais. "Mas ele não explica por que existe uma associação, principalmente em pacientes acima dos 75 anos, entre a doença de Alzheimer e problemas vasculares", contrapõe.
      Há, claro, quem acredite que esse vínculo seja resultado da idade avançada. Em outras palavras, indivíduos nessa faixa etária tenderiam a sofrer mais com ambos os transtornos simplesmente pelo fato de o corpo estar envelhecendo. Essa, entretanto, não é a única hipótese levantada pelos especialistas. "Taxas elevadas de colesterol provocam inflamações nos vasos, que, ao longo dos anos, também dificultam a passagem de sangue", ressalta Angelina Zanesco, fisiologista do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista, em Rio Claro. Se a artéria comprometida é uma que chega à massa cinzenta, as células nervosas deixam de ser abastecidas adequadamente com o líquido vermelho. Resultado: elas param de funcionar direito por falta de nutrientes, o que contribuiria para o extermínio das memórias.
     Outro mal que às vezes implica queima de arquivos mentais atende pelo nome de derrame isquêmico - o bloqueio por completo do fluxo sanguíneo acaba matando os neurônios, digamos, de fome. Em várias situações, a obstrução decorre do excesso de colesterol circulante.
      Quando o assunto é diabete, invariavelmente se fala em glicose. Mas adivinhe que outra molécula está envolvida com a enfermidade. "O excesso de colesterol no pâncreas atrapalha a fabricação de insulina, responsável por colocar o açúcar para dentro das células", revela Francisco Helfenstein Fonseca, cardiologista e coordenador do Setor de Lípides, Aterosclerose e Biologia Vascular da Universidade Federal de São Paulo. E, com doses a menos desse hormônio na circulação, a glicemia sobe que nem foguete. Por outro lado, quando você tem bastante HDL, aquela espécie de faxineiro da circulação, a probabilidade de desenvolver ou agravar o quadro diminui.
      Nem as articulações estão a salvo da avalanche de colesterol. "Ele facilita o aparecimento de crises de gota", exemplifica Ricardo Fuller, chefe do Ambulatório de Reumatologia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Esse distúrbio, caracterizado por inchaço e dores intensas nas juntas - principalmente no dedão do pé -, depende de processos inflamatórios para dar as caras. Ao que tudo indica, taxas expressivas da substância em questão auxiliam a alastrar esse incêndio.
      A artrite reumatoide, outro mal que ataca as juntas, propiciando incômodos, perda de movimento e deformações, também pode ser agravada por você já sabe quem. "Aliás, uma pesquisa deste ano verificou falhas na função do HDL de quem possui a doença", reforça Fuller. Mesmo assim, ainda faltam evidências sólidas de que o tratamento para controlar o colesterol beneficie pessoas com desordens reumatológicas.
     No futuro, a ciência deve oferecer uma resposta definitiva para essa dúvida. Outra pergunta é se a partícula abordada aqui seria o estopim para cânceres. "Segundo alguns estudos, o uso de estatinas, medicamentos que reduzem a concentração dessa molécula no sangue, previne tumores como o de próstata, mama e intestino", afirma Samuel Aguiar Júnior, cirurgião oncologista e diretor do Núcleo de Tumores Colorretais do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo. "Só que esses trabalhos são poucos e ainda controversos", ressalva.
     Um vestígio extra desse possível elo é o de que levantamentos populacionais definem sujeitos com pouco LDL e muito HDL como mais protegidos contra o câncer. "Resta saber se o dado encontrado é consequência do colesterol ou se hábitos saudáveis, que regulam seus níveis ao mesmo tempo que trazem outras melhorias para o organismo, são os verdadeiros responsáveis pelos números encontrados", pondera Aguiar Júnior.

O que doma o colesterol
   Quando descobrimos que grande parte dessa substância é manufaturada no fígado independentemente da alimentação, muita gente supõe que quase não adianta tomar cuidado com o que ingerimos. "Essa impressão não poderia estar mais equivocada", garante Raul von der Heyde, nutricionista da Universidade Federal do Paraná. "Por exemplo: o consumo de gorduras saturadas, presentes no óleo de dendê, em carnes e no leite, aumenta significativamente os índices de colesterol, sobretudo de LDL, na corrente sanguínea", argumenta o especialista.
     Se as gorduras saturadas culminam em mais LDL, as poli-insaturadas das nozes e do salmão fazem exatamente o contrário. "Mas elas, se ingeridas além da conta, infelizmente reduzem os níveis de HDL", lamenta Raul von der Heyde. Por isso, nada de abusar - o ideal é que elas componham não mais do que 10% do total de calorias do dia.
     Também aposte nas fibras solúveis. Junto com a água, elas formam um gel no intestino que impede o colesterol de ser absorvido. Para abastecer seus estoques do nutriente, invista em frutas como maçã, laranja e pera ou lance mão da aveia. Só não se esqueça de beber H2O. Caso contrário, os benefícios se esvaecem.
    Por mais que certos estudos vinculem o azeite de oliva e o abacate, fontes de gordura monoinsaturada, com mais HDL no sangue, não existe uma verdadeira comprovação de que isso ocorre. Se o objetivo é incrementar a concentração dessa aliada da saúde, a melhor estratégia atende pela alcunha de atividade física. "Os exercícios não apenas aumentam o número das moléculas como melhoram a qualidade delas", acrescenta Maria Teresa Zanella, presidente do Departamento de Dislipidemia e Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
      Para obter a benesse, são necessários esforço e um pouco de paciência. "A intensidade precisa ser de moderada a alta. Após três meses de prática esportiva constante, as mudanças começam a surgir", informa a fisiologista Angelina Zanesco. Com o colesterol sob rédeas curtas, as memórias de uma vida livre de diabete, câncer e dores nas articulações têm tudo para ficar na sua cabeça.

Fonte: Revista Saúde: por Theo Ruprecht | design Pilker | ilustrações Erika Onodera

sexta-feira, 13 de julho de 2012

AS SETE DORES QUE NÃO DEVEM SER MENOSPREZADAS

Elas avisam: algo está errado. Mas preferimos pensar que vão passar depressa a procurar um médico. É aí que muitas vezes damos de cara com o perigo. Saiba como escapar de um engano

Levante a mão quem nunca se automedicou por causa de uma dor. É corriqueiro achar que ela é um mal passageiro, entupir-se de analgésico e esperar até ela se tornar insuportável para ir ao médico. Estudos indicam que 64% dos brasileiros tentam se livrar da sensação dolorosa sem procurar ajuda. Foi assim com a auxiliar de dentista Antônia Sueli Ferreira, 45 anos, de São Paulo. "Tomei muito remédio durante três meses por causa de cólicas fortíssimas e do que parecia ser uma lombalgia. Só depois fui ao médico. E então descobri que tinha um câncer colorretal. Tive de ser submetida às pressas a uma cirurgia. Por sorte, estou bem", conta. Segundo o cirurgião Heinz Konrad, do Centro para Tratamento da Dor Crônica, em São Paulo, "a dor é um mecanismo de proteção que avisa quando algo nocivo está acontecendo". A origem do malestar? Eis a questão — e, para ela, precisamos ter sempre uma resposta. "Na dúvida, toda dor precisa ser checada, ainda mais aquela que você nunca sentiu igual", aconselha o cardiologista Paulo Bezerra, do Hospital Santa Cruz, em Curitiba. Aqui, selecionamos sete dores que você nunca deve ignorar.

Dor de cabeça
Dos 10 aos 50 anos, ela geralmente é causada por alterações na visão ou nos hormônios — esta, mais comum entre as mulheres. E esses são justamente os casos em que a automedicação aumenta o tormento. "Isso porque, quando mal usado, o analgésico transforma uma dorzinha esporádica em diária", avisa o neurocirurgião José Oswaldo de Oliveira Júnior, chefe da Central da Dor do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo. Acima dos 50 anos, as dores de cabeça merecem ainda mais atenção: é que podem estar relacionadas à hipertensão.

Dor de garganta
Costuma ser causada pela amigdalite de origem bacteriana ou viral. "Se não for tratada, a amigdalite bacteriana pode exigir até cirurgia", alerta o otorrinolaringologista Marcelo Alfredo, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André, na Grande São Paulo. A do tipo viral baixa a imunidade e, em 10% dos casos, vira bacteriana. Portanto, pare de banalizar essa dor. Se ela parece nunca ir embora, abra os olhos: certos tumores no pescoço também incomodam e podem ser confundidos, pelos leigos, como simples infecções.

Dor no peito
"Quando o coração padece, a dor é capaz de se espalhar na direção do estômago, do maxilar inferior, das costas e dos braços", descreve o cardiologista Paulo Bezerra. Em geral, isso acontece quando o músculo cardíaco recebe menos sangue devido a um entupimento das artérias. "A sensação no peito é como a de um dedo apertado por um elástico. E piora com o estresse e o esforço físico", explica Bezerra. Não dá para marcar bobeira em casos assim: o rápido diagnóstico pode salvar a vida.

Dor nas pernas
Muita gente não hesita em culpar as varizes — às vezes injustamente. "A causa pode ser outra", avisa a fisiatra Lin Tchia Yeng, do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Uma artrose, por exemplo, provoca fortes dores nos pés e nos joelhos. Se não for tratada, piora até um ponto quase sem retorno. "Em outros indivíduos a dor vem das pisadas", explica Lin. "É quando há um erro na posição dos pés ou se usam calçados inadequados." Sem contar doenças como hipotireoidismo e diabete, que afetam a circulação nos membros. "Há medicamentos específicos para resolver a dor nesses casos", diz a reumatologista Solange Mandeli da Cunha, do Centro de Funcionalidade da Dor, em São Paulo.

Dor abdominal

Uma dica: o importante é saber onde começa. Uma inflamação da vesícula biliar começa no lado direito da barriga, mas tende a se irradiar para as costas e os ombros. Contar esse trajeto ao médico faz diferença. "Se a pessoa não for socorrida, podem surgir perfurações nessa bolsa que guarda a bile fabricada no fígado", diz o cirurgião Heinz Konrad. Nas mulheres, cólicas constantes — insuportáveis no período menstrual — levantam a suspeita de uma endometriose, quando o revestimento interno do útero cresce e invade outros órgãos. "Uma em cada dez mulheres que vivem sentindo dor no abdômen tem essa doença", calcula a anestesiologista Fabíola Peixoto Minson, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Dor nas costas
A má postura e o esforço físico podem machucar a coluna lombar. "É uma dor diária, causada pelo desgaste físico e pelo sedentarismo", diz o geriatra Alexandre Leopold Busse, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Conviver com o tormento? Essa é a pior saída. A dor nas costas, além de minar a qualidade de vida, pode escamotear o câncer no pâncreas também. "No caso desse tumor, surge uma dor lenta e progressiva", ensina a fisiatra Lin Tchia Yeng. Por precaução, aprenda que a dor nas costas que não some em dois dias sempre é motivo de visitar o médico.

Dor no corpo

Se ele vive moído, atenção às suas emoções. A depressão, por exemplo, não raro desencadeia um mal-estar que vai da cabeça aos pés. "O que dá as caras no físico é o resultado da dor psicológica", diz Alaide Degani de Cantone, coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Saúde, em São Paulo. "Quem tem dores constantes aparentemente sem causa e que vive triste, pessimista, sem ver prazer nas coisas nem conseguir se concentrar direito pode apostar em problemas de ordem emocional", opina o psiquiatra Miguel Roberto Jorge, da Universidade Federal de São Paulo. E, claro, essas dores que no fundo são da alma também precisam de alívio.

Ajude o médico a descobrir a verdadeira causa de seus “ais”. Leve as seguintes informações para a consulta:

Quando
Puxe pela memória o dia, semana ou mês em que sua dor deu as caras e identifique a frequência com que ela aparece — se é diária, quantas vezes por dia se manifesta e quanto tempo costuma durar.

Onde
Aponte os lugares do corpo em que a dor ocorre. Se for difícil especificar um ponto, mostre a região afetada. Explique também se ela começa em um lugar e, dali, se irradia para outros.

Como
Descreva a sensação — queima? Dá pontadas ou agulhadas? Formigamento? No lugar onde dói, você sente um aperto ou pressão? Acredite: para os ouvidos dos especialistas, esse tipo de informação vale ouro.

Avaliação
Dê uma nota de 1 a 10 à sua dor, comparando-a a outras que você já sentiu. Avalie o grau e não deixe de contar ao especialista se teve febre, perda de apetite ou falta de sono depois que a dor apareceu.


Fonte: Revista Saúde- por Débora Didonê

 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Esclerose Múltipla

O QUE É ESCLEROSE MÚLTIPLA

A Esclerose Múltipla é uma doença de origem neurológica que se manifesta através de surtos (aparecimento de novos sinais e/ou sintomas, ou o agravamento dos já existentes), devido a múltiplas inflamações e desmielinização (destruição da Bainha de Mielina) da substância branca do encéfalo e na medula.  
A Esclerose Múltipla é uma doença crônica com prevalência em pacientes na faixa etária de 20 a 40 anos. Sua maior incidência recai sobre pessoas do sexo feminino, numa proporção de 2 (duas) mulheres para 1 (um) homem. Raramente é diagnosticada em pacientes com menos de 15 anos e/ou com mais de 50 anos. Existem alguns tipos de Esclerose Múltipla, tais como:
Forma Progressiva: 

Piora clínica contínua, sem surtos ou remissões, no período mínimo de 6 meses e no máximo de 12 meses, com aumento de um ponto na escala de incapacidade. 

Formas Clínicas:

Remitente Clínica: Apresenta-se sob a forma de surtos, podendo evoluir com a presença ou não de incapacidade motora. O surto não altera o nível de alteração motora.
Primaria Progressiva: Há desde o início, agravamento progressivo dos sinais e sintomas da doença.
Secundariamente Progressiva: Começa em geral com surtos e retornos à normalidade, passando depois a evoluir com agravamento dos sintomas e sinais da Esclerose Múltipla. Podem ocorrer surtos, mas sem o retorno à normalidade, pois os sintomas e sinais permanecem em progressão.
Progressiva Recorrente: Inicia-se já com progressão das manifestações clínicas da doença. Podem ocorrer surtos eventuais, mas o quadro clínico continua a se deteriorar. 
UM POUCO DE HISTÓRIA

A Esclerose Múltipla (EM) começou a ser pesquisada com maior objetividade científica a partir dos primeiros anos do Século XX. Sua identificação, no entanto, foi esboçada desde que Augustus d'Este introduziu, nos anos 1800, a primeira descrição documentada dos sintomas da doença que, para ele, estariam associados a eventos estressantes, como acompanhar um funeral, por exemplo.
Em 1844, Cruveilher descreveu pela primeira vez as lesões anatômicas responsáveis pelas manifestações clínicas da EM, enquanto o pesquisador Jean-Martin Charcot confirmou, em 1878, o diagnóstico efetivo da doença e estabeleceu sua definição clínica.
A descoberta da Bainha de Mielina, no entanto, somente ocorreu, em 1878, graças aos estudos de Louis Ranvier. Posteriormente, outros pesquisadores contribuíram com investigações mais profundas nesse campo, até demonstrarem a importância da mielina na condução das mensagens ou impulsos nervosos. 
Dr. Jean-Martin Charcot (1825 - 1893) 
Em 1916, James Dawson identificou as lesões iniciais da EM, indicando a ocorrência de infiltração de linfócitos, macrófagos e células plasmáticas no cérebro, o que levaria à desmielinização precoce das fibras nervosas.
Entretanto, Thomas Rivers desenvolveu, em 1935, um modelo de doença animal com características próximas às da doença, sugerindo a presença de alterações imunológicas como base para o desenvolvimento da EM, além de incluir a Bainha de Mielina como o alvo central dessas reações.
Mais tarde, no decorrer de 1955, aconteceram dois eventos importantes para a compreensão mais detalhada da Esclerose Múltipla.
Os pesquisadores Ross e Reitan demonstraram que os portadores dessa enfermidade apresentavam graves dificuldades em exercer atividades que exigiam força e coordenação motora, além de dificuldades intermediárias na formação de conceitos, mas preservavam sua capacidade de raciocinar e falar. 
John Kurtzke desenvolveu a primeira escala capaz de classificar os diferentes estágios da Esclerose Múltipla. Uma versão mais atualizada dessa escala é utilizada até hoje: EDSS - Expanded Disabilty Status Scale ( Escala Expandida do Estado de Incapacidade). 
CRONOLOGIA

1868 - A Esclerose Múltipla foi descrita por Jean Martin Charcott.
1878 - Ocorreu à descoberta da Bainha de Mielina por Louis Ranvier.
1916 - Uma descrição microscópica detalhada do tecido cerebral doente foi feita por James Dawson, que revelou os processos básicos em ação na Esclerose Múltipla.
1935 - Ocorreu o desenvolvimento de uma doença animal semelhante à Esclerose Múltipla, por Thomas Rivers, finalmente sugerindo uma base autoimunológica para a doença, com a mielina no Sistema Nervoso Central como alvo.
1946 - Fundação da Sociedade Nacional de Esclerose Múltipla dos Estados Unidos.
1948 - Descoberta de faixas oligoclonais no fluído espinhal por Elvin Kabat e Col.,   fornecendo um teste diagnóstico sugestivo da Esclerose Múltipla e posteriormente ligando-o ao sistema imunológico.
1965 - Critério de diagnóstico definitivo desenvolvido por um comitê  especializado reunido pela Sociedade Nacional de Esclerose Múltipla dos Estados Unidos.
1969 - Foi comprovado que a ACTH tratava exacerbações de    Esclerose Múltipla. Este foi o primeiro teste cuidadosamente controlado de um tratamento efetivo para a Esclerose Múltipla, usando critérios de diagnóstico padronizados e escalas de classificação para se avaliar os pacientes de Esclerose Múltipla.
1979 - Desenvolvimento do Interferon Beta.
1980 - Pesquisa e desenvolvimento do Interferon Beta Natural Humano de Fibroblastos (FRONE), pelo Grupo Ares-Serono.
1981 - A Ressonância Nuclear Magnética foi inventada, com as primeiras imagens de um portador de Esclerose Múltipla. A RNM revolucionou o diagnóstico de Esclerose Múltipla e estabeleceu o conceito de EM como uma doença constantemente ativa ao invés de uma doença reincidente.
1984 - Introdução do FRONE no mercado mundial.
1986/1997 - Desenvolvimento do Interferon Beta 1 A Recombinante de Células de Mamíferos (REBIF), pelo Grupo Ares-Serono.
1996/1997 - Introdução do REBIF no mercado mundial.
1997 - Criação da ACEM - Associação Cearense de Esclerose Múltipla. 
A ESCLEROSE MÚTLTIPLA NO MUNDO




QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS

A sintomatologia inicial da EM é extremamente variável, pois não há apresentação típica ou clássica, como ocorre com outras enfermidades. As alterações visuais, motoras e sensitivas são as que, em geral, aparecem como primeiras manifestações. Os distúrbios esfincterianos (urgência ou retenção urinária), embora importantes, são menos freqüentes no início da Esclerose Múltipla.
Os Sintomas mais freqüentes são:
  • Paresias
  • Parestesias
  • Disestesias
  • Neurite Ótica
  • Diplopia (Visão Dupla)
  • Vertigem
  • Marcha Atáxica
  • Urgência ou Retenção Urinária
As paresias constituem quase sempre as alterações motoras mais comuns, acometendo, sobretudo os membros inferiores. Quando incidem em membros superiores, o paciente geralmente apresenta déficit motor associado de membros inferiores.
As parestesias e disestesias são também freqüentes. Os pacientes se queixam de sensações de calor e/ou formigamento em diversas regiões do corpo, sem conseguir apontar uma causa específica. 
Os sintomas crônicos mais comuns são:
Passada a fase inicial ou de instalação, o paciente com EM pode evoluir com um elenco de sintomas crônicos que, na maioria das vezes, são bem conhecidos por quem lida com este tipo de enfermidade neurológica:
  • Paresias
  • Parestesias
  • Disestesias
  • Urgência ou Retenção Urinária
  • Atrofia Ótica
  • Sinal de Lhermite
  • Incordenação Motora
  • Fadiga
  • Espasticidade
  • Depressão
DESCRIÇÃO DOS SINAIS E SINTOMAS

As manifestações iniciais da EM podem variar de forma bem acentuada, pois qualquer queixa subjetiva ou sinais objetivos apresentados a seguir podem constituir a primeira expressão da enfermidade: 
FATIGABILIDADE/DEBILIDADE/FRAQUEZA: Às vezes acompanhada de sonolência exagerada. Afeta mais freqüentemente as pernas. Embora os braços e as mãos podem ser afetados isoladamente ou em conjunto com as pernas. A fadiga ou cansaço excessivo, desproporcional à atividade realizada, é um dos sintomas mais comuns e incapacitantes da EM, interferindo profundamente com as atividades profissionais ou domésticas dos pacientes. Caracteristicamente a fadiga não tende a se acentuar com a evolução da doença, mas pode ocasionar acentuação dos outros sintomas queixados pelos portadores. Medidas terapêuticas medicamentosas e não medicamentosas são muito úteis na redução deste importante sintoma.  
PARESTESIAS:  São queixas freqüentes, quer como sintomas iniciais quer como fenômenos que surgem durante a evolução da EM. Como todas as manifestações do quadro, principalmente nas fases iniciais, elas podem regredir, por completo, pelo menos durante certo tempo. Parestesias são sensações subjetivas, sem qualquer sinal detectável ao exame neurológico, em que o paciente refere impressões vagas de adormecimento e de formigamento em partes do corpo, num ou mais membros, ou ainda no tronco. São sintomas, por vezes desconfortáveis, que não se acompanham de qualquer dor. 
ALTERAÇÕES DA VISÃO: Perda unilateral da visão (neurite ótica) e aparecimento de visão dupla das imagens ou descontrole no movimento dos olhos. A Neurite óptica é mais prevalecente como sintoma de apresentação da doença em pacientes mais jovens. O portador de EM, em geral, queixa-se de embaçamento ou turvação da visão em um dos olhos, precedida ou junto a dor ocular que se acentua com a movimentação dos olhos. Ocasionalmente o portador pode relatar perda da porção superior ou inferior do campo visual, ou escotoma central (mancha escura no centro da visão). 
O exame pode demonstrar perda variável da acuidade visual, alterações da percepção de cores e defeitos campimétricos. O exame de fundo de olho é, em geral normal na fase aguda da neurite, uma vez que há predominância da lesão no segmento retrobular do nervo óptico. Apenas algumas semanas depois a palidez começa a desenvolver na porção temporal do disco óptico.
Envolvimento simultâneo bilateral dos nervos ópticos é excepcional na EM e deve ser diferenciado de outras neuropatias ópticas, principalmente na neuropatia óptica hereditária de Leber.
Envolvimento seqüencial, no entanto, é muito comum no curso da doença, enquanto a recorrência é encontrada em 15% dos portadores dentro de 6 a 24 meses após o surto inicial de neurite óptica.
Pacientes com neurite óptica freqüentemente apresentam o fenômeno de Uhthoff, que se caracteriza pela redução da acuidade visual (embaçamento da visão) com o aumento da temperatura corporal, como durante exercícios físicos, exposição ao calor, banho quente ou febre. Mais raramente o fenômeno de Uhthoff pode ocorrer durante as refeições, uso de cigarros ou nos períodos menstruais. Este fenômeno pode ocorrer subclinicamente, precedendo a diminuição da visão.
Defeito pupilar aferente relativo pode ser observado nos pacientes com neurite óptica unilateral ou assimétrica. Sua presença é indicativa de lesão das vias ópticas anteriores, auxiliando a confirmação objetiva da queixa de baixa de visão do paciente.
O envolvimento dos nervos motores oculares é raro na EM. Os nervos mais acometidos, em ordem de freqüência são o III, oVI e o IV. A diplopia (percepção de visão dobrada, ou imagem dupla) resultante da disfunção destes nervos é transitória.
A oftalmoplegia internuclear (OIN) unilateral ou bilateral é um achado muito comum em pacientes com EM, refletindo envolvimento do fascículo longitudinal medial no tronco encefálico. A EM é a causa mais comum de OIN bilateral. A OIN se caracteriza pela perda ou redução da adução do olho homolateral à lesão e por nistagmo no olho que abduz.
Nistagmo (Movimentos involuntários de batidas ou arrancos dos olhos) de vários tipos é também comum na EM, e os pacientes podem se queixar de oscilopsia (percepção de visão trêmula). 
VERTIGENS (Tonturas): Trata-se de uma ocorrência comum a muitos outros problemas, mas que em reduzido número pode estar relacionada à Esclerose Múltipla. Alguns pacientes referem-se a uma sensação de que, abruptamente, os objetos giram a seu redor e essa sensação rotatória é acompanhada, às vezes, de náuseas e/ ou vômitos. Evidencia-se neste quadro, atribuível a inúmeras causas, excepcionalmente ser um sintoma de Esclerose Múltipla.  
PERDA DA AUDIÇÃO: A perda da audição e dores decorrentes de nevralgia do trigêmeo também podem ocorrer. Como as placas de desmielinização costumam se localizar em qualquer área do sistema nervoso central, embora raramente, podem também se localizar nas vias auditivas e proporcionar queda da audição. Trata-se de um quadro ímpar no decurso da afecção: "a esclerose em placas não torna ninguém surdo", outro aforismo francês, nem sempre verdadeiro mas que quando ocorre pode passar desapercebido pelo próprio paciente. Será apenas detectado através de testes audiométricos, realizados pelo otorrinolaringologista ou então através do registro dos potenciais evocados auditivos.   
ALTERAÇÕES ESFINCTERIANAS:  A dificuldade de controles urinário e intestinal, são principalmente observadas nas formas medulares da EM, que também pode evoluir com a impotência sexual.
A queixa esfinctérica mais comum é em relação ao funcionamento da bexiga, ocorrendo em 75% dos portadores.
Urgência urinária (dificuldade para segurar a urina), secundária à desinibição do músculo detrusor da bexiga, por lesão suprasegmentar é a queixa mais comum. Com a progressão da doença, a incontinência urinária (urina solta) tende a ocorrer mais freqüentemente. Envolvimento de níveis sacrais da medula ocasiona hipoatividade da bexiga com redução do fluxo, interrupção da micção e esvaziamento incompleto, predispondo a infecções urinárias recorrentes.

ALTERAÇÕES MENTAIS E EMOCIONAIS:   São raras no início da doença. Nas formas avançadas, porém, "podem" surgir distúrbios do intelecto, depressão e até mesmo quadros demências. 
Sintomas emocionais são freqüentes na EM, e se caracterizam principalmente por ansiedade e depressão. A melhor compreensão da doença e de suas características naturais, dos mecanismos dos sintomas e sinais, assim como das medidas de tratamento medicamentoso ou suportivo são de grande valor para o controle destes sintomas. Em alguns estudos a depressão é relatada em até 50% dos pacientes, se apresentando como tendência para o isolamento, desânimo para as atividades, pensamento negativista, preocupação e irritabilidade.
Inapetência, emagrecimento e alterações do sono são comuns, a depressão pode afetar significativamente a vida familiar e social dos portadores. Os portadores e os familiares devem discutir com o seu médico a ocorrência destes sintomas que podem ser abordados por medidas de suporte medicamentoso ou psicoterápico. As alterações cognitivas, como diminuição de memória recente, da rapidez para resolver problemas e dificuldades de percepção visuoespacial tem sido estudadas com técnicas especiais de reabilitação e treinamento. 
INCOORDENAÇÃO MOTORA: Com o comprometimento desmielinizante do cerebelo (localizado na parte posterior do encéfalo), surgem alterações motoras, como perturbações do equilíbrio, incoordenação dos movimentos voluntários, dificuldade de articulação das palavras (disartria), tremores involuntários, alterações da deglutição (disfagia), etc.
O envolvimento do trato corticoespinal resulta em graus variáveis de fraqueza muscular, espasticidade e hiperreflexia tendínea.
A espasticidade é o aumento involuntário do tônus muscular e traz grande desconforto e limitação dos pacientes. Cerca de 90% dos pacientes apresentam algum grau de espasticidade. A introdução de medicamentos pode proporcionar acentuada melhora deste sinal. Paraparesia ou paraplegia (perda de força nas duas pernas) é mais freqüentemente encontrada que a fraqueza dos membros superiores devido à freqüente ocorrência de lesões nos tratos motores descendentes da medula espinhal. A fraqueza é, em geral, assimétrica. Diminuição dos reflexos tendíneos pode ocorrer por interrupção do arco reflexo em nível segmentar.
Desequilíbrio e ataxia axial ou apendicular (tremores, incoordenação para realizar atos com as mãos) podem ocorrer por envolvimento das vias proprioceptivas na medula espinhal ou por lesão de vias cerebelares se caracterizam também por alteração da voz e por achados oculares como distúrbios sacádicos, nistagmo, dismetria ocular e falha na supressão da fixação.
O tremor intencional ocorre  quando o paciente tenta realizar um movimento qualquer, como, por exemplo, segurar um copo de água, ou no manuseio dos talheres. O tremor postural, como da cabeça também pode ocorrer. Os distúrbios cerebelares estão freqüentemente associados às alterações piramidais e podem ser tratados pelo uso de medicamentos apropriados. 
ALTERAÇÕES SUBJETIVAS DE SENSIBILIDADE: O portador de EM pode referir sensações de anestesia em certas partes do corpo, o que é geralmente comprovado durante o exame neurológico. Em algumas eventualidades, a sede das placas pode ocorrer na parte posterior da medula e o paciente fica então limitado do conhecimento da posição do seu corpo, no espaço. Quando o fenômeno se localiza nos membros inferiores, evidencia de alterações do equilíbrio, principalmente quando se encontra privado do controle visual, ao fechar seus olhos (sinal de Romberg). A marcha no escuro torna-se, na verdade, impossível, pois o paciente se desequilibra e cai. 
DIAGNÓSTICO

A identificação de pacientes com EM era baseada sobretudo no estudo das características dos sintomas da doença e no acompanhamento de sua evolução, pois não se dispunha de exames complementares (laboratoriais) que pudessem esclarecer o diagnóstico com maior exatidão.
Em 1981, porém, essa orientação foi amplamente modificada com a introdução das primeiras imagens do cérebro de pacientes, obtidas através da Ressonância Nuclear Magnética (RNM). O método é de alta resolução, o que permite caracterizar com clareza as placas típicas encontradas no cérebro de portadores de Esclerose Múltipla.
A RNM tornou-se uma técnica utilizada no mundo inteiro, inclusive no Brasil, para analisar a progressão da doença e também a quantidade, a gravidade e a importância das lesões da EM encontradas no sistema nervoso central.
Não existe uma prova única de exame para a Esclerose Múltipla, e não é fácil de ser diagnosticada, uma vez que, há sintomas que aparecem em outras patologias do Sistema Nervoso Central (SNC).
Faz-se necessário, uma história clínica completa do paciente, com uma exploração aprofundada e provas para a confirmação do diagnóstico.
Por exemplo:
  • História Clínica (antecedentes do paciente relacionados à Esclerose Múltipla);
  • Características dos Sinais e Sintomas sugestivos da doença;
  • Exames Neurológicos;
  • Ressonância Nuclear Magnética;
  • Outros exames que ficam a critério do médico que acompanha o paciente;
  • Ressonância Nuclear Magnética (RNM): Este exame, é de fundamental importância para o diagnóstico da EM, uma vez que o mesmo pode revelar a EM antes da presença de um quadro clínico indicativo.



A Importância da Esfoliação

Nós sempre ouvimos que é importante esfoliar a pele de tempos em tempos. Mas você sabe exatamente o que é esfoliação? Em uma comparação simples, podemos dizer que a esfoliação é o agente da renovação celular de nossa pele. Na prática, isso significa que o ato de esfoliar o rosto ou corpo retira as células mortas que habitam a superfície da pele. Aquelas que naturalmente descamam e ficam depositadas sobre a epiderme.

Ou seja, é quase como uma renovação da pele, ajudando você a redescobrir uma pele nova e macia, com a aparência mais uniforme, limpinha, lisa e sedosa. E ainda ajuda a deixar a pele sem asperezas. Para completar, já que a pele esfoliada está uniforme, sem texturas diferentes, está mais bem preparada para o sol do nosso Brasil.
Mas que isso, esfoliar a pele é uma boa dica para que você possa tirar melhor proveito dos diversos aliados que guarda em seu banheiro ou em seu nécessaire, como hidratantes, protetores solares, maquiagem, cremes e outras loções para olhos, celulite, antissinais...
Afinal, como a esfoliação não apenas remove a gordura da epiderme (oleosidade) e as impurezas, mas também facilita à renovação das células, ela prepara a pele para receber novos tratamentos complementares, melhorando a absorção desses produtos.
 Como usar:

Agora que você já sabe para que serve a esfoliação, é a hora de aprender a usar um esfoliante. A primeira coisa a fazer é deixar a pele bem limpa. Já o modo mais adequado para se esfoliar é a partir de movimentos circulares e firmes, mas sem muita força, com atenção para que toda a área seja esfoliada.
Vale lembrar que os movimentos em círculos ajudam a ativar a circulação.

A esfoliação também é recomendada dois dias antes de tomar sol e antes da depilação feminina e do barbear masculino.

http://2.bp.blogspot.com/-3weFxge7wFA/Txg2l1uIdDI/AAAAAAAAEGQ/xl6dNOG4OQc/s640/homem+2.jpg O ideal é que você repita os procedimentos no rosto, neste caso com movimentos ainda mais delicados e também no corpo. Sim, o corpo também deve ser esfoliado. Mas, nos dois casos, nada de movimentos muito bruscos para não machucar a pele.
No corpo, o ideal é iniciar o processo de esfoliação pelos membros inferiores, começando pelo pé e subindo pelas pernas. Em seguida, aplicando na lateral das coxas. Sempre com movimentos da esquerda para direita, siga pelo abdômen, costas, braços, mãos e, finalmente, colo e pescoço. Ao contrário do rosto, em regiões de pele mais grossa, como joelhos, cotovelos e mãos, dê uma atenção especial na “massagem”.


O intervalo ideal:


Agora você deve está se perguntando, mas de quando em quando devo fazer uma esfoliação? Depende do tipo de pele. Os de pele normal e seca podem fazer pelo menos vez por semana, enquanto os com pele mais oleosa podem repetir o processo de dois em dois dias. Já os de pele mais sensível, no máximo, uma vez por mês.
Uma esfoliação também é recomendada dois dias antes de tomar sol e antes da depilação. Isso porque uma boa esfoliação antes da depilação ajuda a remover pelos encravados. Claro que essa dica é uma mão na roda, também para os homens na hora de fazer a barba.   

 http://www.abril.com.br/imagem/esfoliacao-pele-materia-30.jpgMas lembre-se: pessoas com vitiligo, acne inflamada, psoríase ou ferimentos na pele, não devem fazer a esfoliação sem orientação médica.

E, claro, após a esfoliação, sempre aplique um bom hidrante nas regiões esfoliadas. Esta hidratação formará uma película de proteção sobre a pele, repondo nutrientes e evitando seu ressecamento. Para o hidratante, o ideal é massagear com movimentos circulares para ampliar a penetração. Com o esfoliante seguido do hidratante, sua pele estará mais protegida contra fatores climáticos, como ressecamento, causado pelo sol, pelo frio e pelo vento.

DICAS:


* Quando estiver no banho, preocupe-se em lavar a pele do rosto fora do chuveiro em si e com água morna.

* Após o banho, os poros ficam mais abertos, pois a água “amolece” a pele, facilitando a sua esfoliação.

* Procure usar buchas ou esponjas vegetais e em delicados movimentos circulares.

* Esfolie os pés para evitar que o calcanhar fique espesso.

* Mantenha a esfoliação durante o inverno, pois a pele fica mais ressecada e os banhos quentes intensificam o poder.

* A limpeza é sempre muito importante, e uma fase da preparação da pele que antecede a esfoliação. As etapas de áreas que devem ser sempre seguidas são: limpar, tonificar e hidratar. Quando usado, o esfoliante deve ser aplicado juntamente entre o sabonete e o tônico. O tônico deve ser aplicado em seguida, para fechar os poros da pele que receberão o hidratante.

* Quando acabar a esfoliação, sempre utilize o tônico e o protetor solar adequado ao seu tipo de pele.