quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Livre-se da gordura no fígado

Maneire no carboidrato





 
´Ele é o grande vilão da história´, define a nutricionista Luciana de Carvalho, do departamento de gastroenterologia da Universidade Federal de São Paulo. "Isso não significa que pães e massas devam ser abolidos do dia a dia", esclarece a especialista. "Mas é preciso consumi-los com moderação."

Cuidado com algumas gorduras

Quem se abarrota de carnes vermelhas, manteiga, frituras e biscoitos industrializados leva para dentro do organismo um batalhão de gorduras saturada e trans. Daí, a silhueta e, claro, o fígado engordam.




Invista nas fibras

A aveia, o farelo de trigo, as massas integrais, as frutas e as verduras são exemplos de fontes dessas substâncias que se revelam grandes aliadas de um fígado em forma.

Aposte nas gorduras do bem

Estamos falando dos ácidos graxos monoinsaturados e dos parceiros polinsaturados. Com o perdão dos palavrões, são essas as gorduras que merecem respeito porque ajudam o fígado emagrecer.






Conte com eles: os antioxidantes

Ícones de qualquer alimentação balanceada, os vegetais são os principais reservatórios das substâncias que enfrentam os radicais livres, moléculas que podem prejudicar o corpo - e o fígado.

Atenção ao álcool

Eis um assunto que merece bastante cautela. Quando o fígado engorda mas ainda não se tornou refém inflamações - só nesses casos -, pode-se tomar até uma taça de vinho tinto (de 100 a 200 mililitros) por dia.

Perca peso, mas vá devagar

Perca peso, mas vá devagar É necessário manter o rigor - aliando a dieta à prática de exercícios físicos - para emagrecer, mas é loucura tentar mandar para o espaço quilos e quilos num curto espaço de tempo.

Fonte: Revista Saúde

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Os Micróbios por trás do Câncer

Um entre cada seis tumores é provocado pelo ataque de vírus, bactérias e companhia. Investigamos como as infecções abrem brecha para a doença e quando é possível prevenir a dupla ameaça
Os micro-organismos retratados ao longo desta reportagem fazem parte de uma mesma quadrilha: após invadir o corpo humano e se reproduzir dentro dele, têm a capacidade de criar condições propícias para um câncer aparecer. Quem pensava que a atuação desses criminosos invisíveis a olho nu não representava perigo em larga escala vai se impressionar com os números colhidos por um estudo recém-publicado pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, com dados de 184 países. De 12,7 milhões de novos casos da doença registrados em 2008, pelo menos 2 milhões estão intimamente associados a infecções. O inquérito ainda descobriu que, se as agressões virais ou bacterianas fossem frustradas a tempo, cerca de 1,5 milhão de vidas seriam poupadas.

"A participação das infecções no câncer ainda é subestimada, sobretudo nos países em desenvolvimento, locais mais acometidos por esse problema", analisa a epidemiologista francesa Catherine de Martel, uma das líderes do trabalho. "Enquanto na América do Norte os micro-organismos estão por trás de 3% dos tumores, na África subsaariana um terço de todos os cânceres tem origem infecciosa ", conta. Esses males apresentam, portanto, uma conexão com o grau de desenvolvimento da região — e do acesso à informação e ao meio médico.

Chama atenção outro dado coletado pelo estudo internacional: 95% dos casos de câncer ligados a infecções são protagonizados pelo HPV, a bactéria H. pylori e os vírus das hepatites B e C. Contrair um desses bichos não prediz o aparecimento de um tumor no futuro, mas, claro, aumenta consideravelmente essa probabilidade. Tudo depende do tempo que cada um dos tipinhos nefastos está ali e da propensão do hospedeiro. Há, contudo, algumas nuances que acompanham esse raciocínio. "Hoje acreditamos que não existe câncer de colo de útero sem HPV", afirma a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo. "Já a presença da H. pylori não significa necessariamente que o indivíduo terá a doença no estômago. Mas buscamos erradicar a bactéria para reduzir o risco", completa o oncologista Samuel Aguiar Júnior, do Hospital A.C. Camargo, na capital paulista.

Micro-organismos dispõem de vários meios para semear, às vezes até sem querer, o mal. Nas hepatites B e C, por exemplo, se observa um duplo estímulo pró-câncer. "Os vírus em si induzem alterações nas células do fígado que favorecem o problema, principalmente o tipo B. Além disso, a cirrose, decorrente de décadas de hepatite sem tratamento, contribui para o surgimento do tumor ali", explica o infectologista Evaldo de Araújo, do Laboratório de Hepatites Virais do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Recentemente, outro agente infeccioso foi parar em julgamento. É o citomegalovírus, bastante comum na população, mas cuja passagem ou permanência no organismo raras vezes dá sintoma. O réu é acusado de estar envolvido em tumores de glândula salivar, mas ainda não se comprovou em seres humanos se ele realmente provoca o tormento. Até o momento, o meliante carrega mais a culpa de dar força para o problema já instalado. "O processo de proliferação e disseminação do câncer se acelera na presença do vírus", explica a bióloga Maria Cristina Carlan da Silva, da Universidade Federal do ABC, na Grande São Paulo.

Outros vírus e bactérias estão sob investigação por possíveis alianças com o câncer. Uma associação explorada nos últimos anos é a da doença periodontal — que começa com uma gengivite e pode levar à perda dos dentes — com tumores na cavidade oral. "Sabemos que micro-organismos da placa bacteriana liberam compostos cancerígenos, mas ainda não foi estabelecida uma relação direta", diz Cláudio Pannuti, professor de periodontia da Universidade de São Paulo. "É comum, no entanto, flagrarmos uma higiene dental deficitária entre pacientes com câncer bucal."

Os micróbios costumam trabalhar a favor dos tumores de modo mais indireto também. Basta pensar em infecções que deprimem o sistema imune, como a do HIV. "Os soropositivos que desenvolvem aids correm maior risco de alguns tumores, como os provocados por vírus oportunistas", conta a infectologista Roberta Schiavon Nogueira, da Sociedade Paulista de Infectologia. "Daí a necessidade de detectar o HIV e entrar com o tratamento quanto antes", completa.

Até a flora intestinal, nossa coleção particular de bactérias, influenciaria a probabilidade de ter um câncer, especialmente nos confins do aparelho digestivo. "É provável que haja perfis de flora que tornam o intestino mais suscetível à doença e interfiram inclusive na resposta ao tratamento", diz Aguiar Júnior.

Conhecimento — seja fruto de pesquisas em laboratório, seja de trabalhos epidemiológicos — é crucial para esclarecer e derrubar a ponte entre infecção e câncer, bem como todos os atalhos envolvidos nessa via. Os números do último levantamento global, publicado na respeitada revista médica Lancet Oncology, reforçam a importância de ficar alerta a esse elo. "A maior parte dos tumores de origem infecciosa poderia ser prevenida com imunização e métodos de rastreamento, exigindo gastos mínimos se comparados aos dos tratamentos", avalia Catherine. Ora, não dá para menosprezar os micróbios, muito menos quando eles têm uma queda pelo câncer.

A doença em números 12,7 milhões de novos casos de câncer foram registrados no mundo em 2008
2 milhões estão associados a infecções
1,9 milhão desses tumores são detonados por HPV, hepatites B e C e pela bactéria H. pylori
Fonte: Revista Saúde. Diogo Sponchiato, com reportagem de Jaime Mitchell
 

Açúcar demais dá Mau Humor e deixa o Raciocínio Lento

Se em pequenas pitadas o alimento acalma e oferece energia, exagerar no seu consumo pode prejudicar seu cérebro.  

Obesidade e diabete — ao falarmos do impacto de abusos adocicados, é natural nos lembrarmos desses males. Acontece que, quando são criados laços fortes com duas enormes ameaças para a saúde, outras eventuais relações nefastas são muitas vezes ofuscadas. Ainda assim, o chileno Fernando Gomez-Pinilla, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, nos Estados Unidos, resolveu investigar um elo diferente: o de doses altas de açúcar com piripaques na massa cinzenta. "Já sabíamos que a substância interfere em mecanismos de saciedade no sistema nervoso central, disparando até compulsão alimentar. Por isso, decidimos estudar se ela também comprometeria o aprendizado e a memória", conta o neurocirurgião.

Para verificar a hipótese, Gomez-Pinilla ensinou ratos a encontrar a saída de um labirinto. Na sequência, ofereceu por seis semanas uma dieta rica em frutose, tipo de carboidrato simples presente nas frutas e em produtos industrializados por ser um adoçante forte e barato. E então, mesmo treinados, os animais tiveram dificuldade para vencer o desafio imposto pelos cientistas, sinal de que os circuitos dentro do crânio estavam sofrendo para trabalhar com tanta doçura. "A concentração de frutose utilizada foi bem elevada. Mas, se passarmos isso para seres humanos, é uma quantidade possível de ser atingida pela alimentação, principalmente ao considerarmos o crescente consumo do ingrediente no mundo", ressalta o autor do artigo. "Acho que chamamos a atenção para outro provável efeito do açúcar", arremata.

Além de observar o comportamento das cobaias, os pesquisadores analisaram a massa cinzenta delas para ver se havia algo de errado. A descoberta é que o envio de mensagens entre os neurônios realmente estava problemático. "Embora seja essencial confirmar isso em levantamentos futuros, faz sentido pensar que a ingestão de outros açúcares fora a frutose tenha o mesmo resultado, porque eles agem de maneira semelhante", afirma Ivan de Araújo, neurocientista brasileiro da Universidade Yale, nos Estados Unidos.

Uma das apostas dos experts para elucidar como esses carboidratos atrapalhariam o raciocínio recai sobre a insulina. "Enquanto no resto do organismo o hormônio está mais relacionado ao processo de colocar glicose dentro das células, no cérebro ele também é neurotrófico", analisa o neurologista e geriatra Matheus Roriz Cruz, coordenador do Ambulatório de Neurogeriatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Traduzindo: essa molécula, quando em níveis ideais, promove o bom funcionamento de várias regiões do encéfalo, e em especial o hipocampo, muito ligado à memória e ao aprendizado. E daí? Daí que, ao se empanturrar com chocolate, o pâncreas produz um monte de insulina — e tudo indica que esse excesso destrambelha de alguma maneira sua atuação normal na cabeça.

"Os mecanismos exatos ainda não estão claros, porém existe a teoria de que receptores específicos do hormônio localizados nas células nervosas fiquem desregulados sob essas condições. Com isso, a substância não exerce seu papel direito", analisa Gomez-Pinilla. De forma simplista, dá para dizer que é uma espécie de resistência à insulina acima do pescoço.

Outra explicação é que a glicose, quando em taxas estratosféricas, incita a fabricação dos temidos radicais livres. Por sua vez, essas partículas nocivas danificariam a membrana que reveste os neurônios, afetando sua capacidade de emitir impulsos elétricos, o que, na prática, culmina em uma mente pouco afiada.

Agora, será que se esbaldar por um período restrito com bolachas recheadas, sorvetes e afins já causaria toda essa confusão? "O tema é controverso, mas, segundo alguns poucos estudos experimentais, sim. Uma dieta desregrada por meses, associada ao sedentarismo, complicaria a cognição temporariamente", informa, cauteloso, Roriz Cruz. "O que se sabe mesmo é que a ingestão de muitos açúcares ao longo dos anos provoca diabete, uma enfermidade que aumenta o risco de demências", destaca o nutrólogo Nelson Lucif Júnior, da Associação Brasileira de Nutrologia, em Ribeirão Preto, no interior paulista (entenda mais sobre o elo lendo abaixo O diabete e a cuca).

Contra-ataque nutritivo

Naquela pesquisa da Universidade da Califórnia, uma turma dos ratos que antes havia se entupido de refeições adocicadas depois recebeu um cardápio repleto de ômega-3, gordura encontrada em peixes de águas profundas. Acredite se quiser, os bichinhos voltaram a achar a saída do labirinto com facilidade. "Entre outras razões, esse ácido graxo constitui a membrana celular dos neurônios. Assim, atenua os efeitos dos radicais livres", declara Gomez-Pinilla.

Já as frutas, por contarem com bastante frutose, em uma primeira vista são quase como vilãs na história. "Só que, na mesa, o nutriente vem acompanhado de outras substâncias benéficas", diferencia a nutricionista Cynthia Antonaccio, diretora da Equilibrium Consultoria, na capital paulista. Entre eles, temos a vitamina C da laranja, as antocianinas do morango, o resveratrol da uva... Todos antioxidantes que neutralizam os radicais livres. Logo, o problema maior está em se encher de açúcar em si, esteja ele no brigadeiro caseiro ou em bebidas industrializadas.

A ideia não é banir o carboidrato das refeições. Até porque, dentro do limite, ele contribui para as atividades mentais. "Quando pouca glicose circula pelo corpo, há um impacto negativo sobre a cognição", reforça Lerário. Contudo, outras inúmeras opções alimentares que, pelo menos do ponto de vista fisiológico, são bem mais completas do que o pó branco também oferecem esse importante nutriente. "Mas nem ele está proibido, porque é uma fonte de prazer. Sempre digo às pessoas para o utilizarem onde realmente faça a diferença", ensina Cynthia. Em vez de adicioná-lo ao café ou para adoçar frutas, melhor esperar para se deliciar com aquele bolo de aniversário do amigo ou com a sobremesa feita pela sua mãe.

Atualmente, a recomendação é que não mais do que 10% das calorias diárias venham por meio de açúcar adicionado, embora, de novo, menos é sempre mais nesse contexto. Em uma dieta de 2 000 calorias, isso equivale a cerca de 50 gramas. Para não extrapolar, sempre fique de olho nos rótulos e, claro, atente ao que coloca em receitas de doces ou nas bebidas. Uma colher de chá cheia possui, em média, 5 gramas. Uma de sopa, 24. "Nessa conta não entram as frutas in natura, os cereais integrais e por aí vai", acrescenta Cynthia.

Ao manter suas taxas de glicose em ordem, você até melhoraria seu ânimo. "Em períodos de hipoglicemia, são ativados mecanismos de estresse. Ou seja, a pessoa fica irritada e ansiosa", adverte Araújo. Por outro lado, o excesso de açúcar no sangue também parece influenciar nesse quesito. Na Universidade Loyola, nos Estados Unidos, cientistas mediram frequentemente a glicemia de 23 mulheres por 72 horas ao mesmo tempo que as questionavam sobre seu estado de espírito. Observe o que os autores escreveram na conclusão do trabalho: "Grandes e bruscas variações nesse índice talvez estejam associadas a humores negativos". Nem precisamos falar que essas oscilações muitas vezes surgem quando colocamos guloseimas demais na boca.

"Mas devemos ressaltar que o levantamento foi realizado com voluntárias diabéticas. Não dá para saber se essa variação é resultado da alimentação ou da doença em si", contrapõe Roriz Cruz. Sem contar que o caminho poderia ser o inverso. As integrantes avaliadas, por estarem ansiosas ou mesmo deprimidas, comeriam mais besteiras e deixariam de tomar os remédios de forma adequada, o que geraria as mudanças vistas no sangue. De qualquer jeito, fica o alerta. O açúcar, de acordo com o dicionário Houaiss, pode ser brandura, suavidade e meiguice. Em largas quantidades, porém, transforma-se em algo enjoativo e até perigoso. Cabe a você defini-lo do melhor jeito para sua vida.
O diabete e a cuca Se descontrolado, ele afeta a saúde mental O excesso de glicose no sangue, característica dessa enfermidade, degenera, aos poucos, veias e artérias. "Os vasos se estreitam, inclusive os que irrigam o cérebro", diz o endocrinologista Antonio Carlos Lerário, da Universidade de São Paulo. Aí, os neurônios morrem de fome, o que culmina em quadros demenciais. Isso sem contar que o diabete tipo 2 faz subir a concentração de insulina. "A enzima que a degrada também é responsável por quebrar a proteína beta-amiloide, precursora da doença de Alzheimer", diz o neurologista Matheus Cruz. Portanto, para regular os índices do hormônio, a enzima acabaria deixando intactas as moléculas deflagradoras do apagão das lembranças.

Água com açúcar acalma?
Talvez essa seja a receita caseira mais conhecida para apaziguar o nervosismo. "Em situações de estresse, há uma demanda por glicose. Ao satisfazê-la, realmente pode surgir a sensação de tranquilidade", explica Lucif Júnior. Só não vale usar a estratégia sempre. "Caso contrário, o corpo se acostuma com o aporte extra e o benefício se esvai", esclarece Ivan de Araújo.

Tipos de doçura
Cada um dos açúcares tem suas particularidades. Veja abaixo

1 - Frutose Adoça como poucos. Por isso, faz sucesso estrondoso na indústria.
Onde está: frutas, mel, xarope de milho, bebidas industrializadas.

2 - Lactose É composto de moléculas de glicose e sacarose. Muita gente tem dificuldade para digeri-lo.
Onde está: leite e seus derivados.

3 - Sacarose
Trata-se do resultado da união entre glicose e frutose.
Onde está: os açúcares refinado, mascavo e cristal são as principais fontes.

4 - Glicose Conhecida por ser a partícula mais usada pelas células para obter energia. É um marcador para o diabete.
Onde está: frutas, açúcar de mesa
 
Fonte: Revista Saúde. Por Theo Ruprecht | design Gisele Pungan e Laura Salaberry

sábado, 25 de agosto de 2012

Novo Hormônio imita efeito Emagrecedor de Exercício Físico

Batizado de 'irisin', hormônio produzido durante atividade física poderia trazer o mesmo efeito benéfico — mas com menos suor

Um novo hormônio, que é ativado durante a atividade física, pode ser uma promessa no combate à obesidade e também às doenças que aparecem em decorrência dela, como diabetes e problemas cardiovasculares. Batizado de 'irisin', o hormônio é idêntico em camundongos e humanos e é capaz de promover uma espécie de energia que queima gordura.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: A PGC1-α-dependent myokine that drives brown-fat-like development of white fat and thermogenesis

Onde foi divulgada: revista Nature

Quem fez: Pontus Bostrom e equipe

Instituição: Instituto do Câncer Dana Farber, em Boston

Resultado: A partir de testes em ratos, os pesquisadores descobriram um novo hormônio que poderia auxiliar no combate à obesidade. Ratos alimentados com uma dieta rica em gordura e que receberam o novo hormônio queimaram mais energia e tiveram o menor peso corporal quando comparados com ratos que receberam placebo.
Para chegar ao novo hormônio, os pesquisadores do Insitituto do Câncer Dana Farber, em Boston, analisaram as funções da proteína PGC1-alpha — relacionada aos benefícios dos exercícios, como a resistência à síndrome metabólica. "O hormônio traz uma mensagem do músculo para o tecido adiposo", disse o autor do estudo, Pontus Bostrom, ao site da New Scientist.
Ratos alimentados com uma dieta rica em gordura e que receberam o novo hormônio queimaram mais energia e tiveram o menor peso corporal quando comparados com ratos que receberam placebo.
Especular sobre as possibilidades de um hormônio que imita o efeito do exercício é fácil, mas explicar a sua existência é "um pouco mais complicado", afirmou Bostrom.
Como funciona - O tecido adiposo é constituído por dois tipos: gordura branca, cuja função é acumular energia no corpo; e a gordura marrom, que auxilia a queima de calorias ao gerar calor corporal.

Saiba mais

GORDURA MARROM
O tecido adiposo marrom, também chamado de gordura "boa", é abundante em recém-nascidos e em crianças até a puberdade. Sua principal função é manter a temperatura do corpo. Ao transformar a gordura corporal em calor, esse tecido libera a energia excedente, em vez de acumulá-la.
No estudo publicado neste mês pela Nature, os cientistas injetaram o novo hormônio nas células de gordura branca dos camundongos. Eles perceberam que as células se tornaram células de 'gordura bege', que poderiam ser equiparadas à gordura marrom, capazes de queimar calorias para gerar calor corporal.
Jan Nedergaard, que estuda de gordura marrom no Instituto Wenner-Gren da Universidade de Estocolmo, na Suécia, afirmou à New Scientist que o hormônio irisin "pode ser interessante para todas as questões relacionadas à obesidade."
 
Fonte: Revista Veja

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Iogurte e aveia: O Casamento Perfeito para sua Saúde

Além de agradar o paladar, a dupla turbina a fertilidade e afasta o diabete
 


Na primeira edição de 2012, publicamos uma lista com 12 alimentos que você deveria incluir com maior frequência em sua rotina. Tanto o iogurte como a aveia estavam lá. Depois, em enquete no site, foram justamente eles os preferidos dos internautas para figurarem em maior quantidade no cardápio de 2012. Sábia escolha — que, tomara, esteja sendo seguida à risca.

Rico em cálcio, proteínas e, muitas vezes, enriquecido com bactérias do bem, o iogurte tem sido responsabilizado por melhorar a fertilidade masculina, contribuir para o processo de perda de peso e fortalecer o sistema imune. No quesito superpoderes, a aveia não fica atrás. Além de ajudar a podar pneus na barriga, ela é aliada de quem precisa derrubar as taxas de colesterol e controlar os picos de glicose na circulação. Se individualmente eles já batem um bolão — você conhecerá novos estudos nos links abaixo —, faz sentido pensar que a aliança seja fonte de muita saúde e felicidade.

Fonte: Por Thaís Manarini | design Laura Salaberry | fotos Alex Silva

 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

As 4 Frutas que Eliminam Gordura

A pera está nesse time. E a laranja -- quem diria -- também. Como assim? Ela não está cheia de calorias? E o que dizer da gordurosa amêndoa -- sim, ela é outra que elimina quilos extras. Nós vamos esclarecer direitinho essa história Por CARLA CONTE

Pera
Ela tem seu mérito e não só a popular maçã - na hora de enxugar os quilos extras. Pesquisa do Instituto de Medicina Social da Universidade do Rio Janeiro -- e publicada no o Journal of Nutrition, uma das mais respeitadas revistas americanas sobre nutrição -- mostrou que as mulheres que comeram três peras por dia durante 12 semanas consumiram menos calorias e perderam mais peso do que as que não ingeriram nenhuma fruta. O estudo foi feito com 411 voluntárias entre 30 e 50 anos. A pera tem a grande vantagem de ser bem fibrosa. Concentra, em média, 3 gramas de fibras totais por 100 gramas - quase o dobro da maçã, que fornece 1,6 grama, afirma a nutricionista Tânia Rodrigues, diretora da RGNutri Consultoria Nutricional, de São Paulo. Além disso, o consumo de uma unidade representa 12% da necessidade diária de fibras, que é de aproximadamente 25 gramas por dia. Ela também é grande fonte de fibras insolúveis, que estão relacionadas à prevenção de prisão de ventre e de doenças como diverticulite e câncer de cólon, completa Tânia.


Grapefruit e suas irmãs
Quer uma razão para reverenciar essa fruta? Ingerir metade de uma grapefruit ou tomar seu suco antes de cada refeição pode ajudar na perda de até meio quilo por semana, mesmo que você não mude absolutamente nada na sua dieta. Foi essa a conclusão a que chegaram os pesquisadores da Scripps Clinic, na Califórnia, uma rede de serviços de saúde sem fins lucrativos e que investe pesado em estudos. Eles acompanharam 100 obesos por 12 semanas. Passado esse período, descobriram que componentes da fruta ajudam a regular a produção de insulina, um hormônio que está intimamente ligado ao estoque de gordura. Níveis baixos de insulina também contribuem para afastar o apetite por mais tempo quando os índices estão elevados, o hormônio estimula o hipotálamo, região do cérebro que, entre outras funções, regula a fome. Se anda difícil encontrar grapefruit na sua cidade, aposte em duas outras variedades: a laranja-pêra e a laranja-bahia. A sugestão é de Vanderlí Marchiori, nutricionista e fitoterapeuta, de São Paulo. Elas contêm os mesmos compostos e atuam da mesma forma no emagrecimento, garante.


Banana verde
Verdade. Nesse estágio, ela faz a balança se render graças a um amido resistente que ainda marca presença no macarrão integral, no feijão branco, na lentilha, na cevada e no pão com grãos integrais, que têm alto poder de saciedade. Esse efeito ficou mais do que comprovado em uma pesquisa americana realizada pela Universidade do Estado de Louisiana e publicada no Journal of Obesity. De acordo com o estudo, esse amido estimula hormônios que fazem o organismo se sentir satisfeito e sinalizam que é hora de parar de comer. O amido resistente também promove um aumento do peristaltismo intestinal, que pode diminuir a absorção de nutrientes e, consequentemente, de calorias, afirma a nutricionista Luci Uzelin, coordenadora de nutrição do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Outro dado: um pequeno estudo da Universidade do Colorado revelou que a queima de gordura foi 23% maior entre os pacientes que incluíram alimentos ricos nesse amido. Dá para comer banana verde? Sim. Você encontra receitas ótimas na internet ou no livro Yes, nós temos Bananas (editora Senac), de Heloísa de Freitas Valle, uma das pioneiras no uso da fruta verde como ingrediente principal de vários pratos.


Amêndoas
Esta também é de cair o queixo: um farto punhado de amêndoas, cheia de gorduras -- benéficas, diga-se -- é capaz de reduzir o peso. E não só ele: a barriga também! Isso é o que mostra um estudo realizado no City of Hope National Medical Center in Duarte, Califórnia, nos Estados Unidos, e publicado no International Journal of Obesity. Em seis meses, os pacientes que adotaram diariamente 84 gramas da fruta oleaginosa (cerca de 70 unidades!) reduziram 18% do peso e 14% da medida na cintura. O colesterol ruim (LDL) também diminuiu 15% e os triglicérides, 29%. O grupo que se deliciou com as amêndoas perdeu também 56% a mais de gordura corporal em comparação com a turma que ingeriu o mesmo número de calorias na forma de carboidratos complexos, que estão nos cereais integrais, no arroz, nos pães, nas massas e nas batatas. Além das fibras, que afastam a fome por mais tempo, a amêndoa contém ômega-3, gordura do bem que ajuda a estimular os hormônios da saciedade, afirma a médica ortomolecular Heloísa Rocha, do Rio de Janeiro. Também é riquíssima em vitamina E, que regula os hormônios sexuais tanto no homem como na mulher. Nele, a amêndoa facilita a formação de massa magra. E, quanto mais massa magra, maior a queima de gordura. Nela, o mesmíssimo amido resistente evita o estoque das células gordurosas. Ou seja, o peso despenca.

Fonte : Revista Saúde

sábado, 11 de agosto de 2012

GINKIGO BILOBA: TEM PODER

Pesquisas alimentam a esperança de que a planta do Oriente previna (e ataque) tumores no ovário, na mama, no cérebro e no fígado. Com o seu extrato por perto, as células malignas se autodestroem...

Nome Científico: Ginkgo biloba L. 
Nome popular: Nogueira-do-japão
Origem: Extremo Oriente
Aspecto: As folhas se dispõem em leque e são semelhantes ao trevo. A altura da árvore pode chegar a 40 metros. O fruto lembra uma ameixa e contém uma noz que pode ser assada e comida

A ginkgo biloba foi a primeira planta a brotar após a destruição provocada pela bomba atômica na cidade de Hiroshima, no Japão
A ginkgo já é famosa por suas façanhas. O extrato obtido de suas folhas comprovadamente reduz as tonturas, refresca a memória, alivia as dores nas pernas e nos braços e acaba com o zumbido no ouvido. Por tudo isso ela arrebanhou uma vasta clientela, composta na maior parte por idosos. Mas suspeita-se que o poder dessa planta de folhas de formato de leque vá além. Estudos realizados em laboratório e com seres humanos sugerem sua capacidade de prevenir e atacar tumores — mais um importante item que se acrescenta ao seu currículo.
Uma das pesquisas que obtiveram resultados mais estrondosos foi concluída no final do ano passado. Ao todo, 1 388 mulheres foram acompanhadas por seis meses. Todas relataram tomar algum tipo de remédio fitoterápico — equinácea, ervade- são-joão, ginseng e ginkgo. As que ingeriram esta última diariamente tiveram uma incidência 60% menor de tumores de ovário. Para entender o que estava ocorrendo, os surpresos cientistas levaram a ginkgo para dentro do laboratório. Lá misturaram o extrato da planta a culturas de células de ovário cancerosas. Bastou uma pequena dose para que o crescimento delas fosse reduzido em 80%.

ESTUDO PIONEIRO

Foi a primeira vez que se vislumbrou uma relação entre a ginkgo e o combate ao câncer de ovário. "Como o nosso estudo é pioneiro, as conclusões precisam ser confirmadas por novos trabalhos", disse à SAÚDE! Daniel Cramer, diretor de Obstetrícia e Ginecologia Epidemiológica do Brigham and Women`s Hospital, ligado à Escola Médica Harvard, nos Estados Unidos. "Até que outras investigações sejam feitas, acredito que mulheres com mais de 50 anos e histórico familiar de câncer de ovário deveriam considerar tomar ginkgo", diz ele.
Quando se fala em tumores em geral, o relatório de Cramer não é tão inovador assim. Mais de 50 estudos sobre ginkgo e câncer já foram catalogados. Em 2002 uma pesquisa conduzida pelo grego Vassilios Papadopoulos mostrou em laboratório e em testes clínicos que a ginkgo inibe o crescimento agressivo de tumores de mama. Também existem trabalhos sobre câncer cerebral e de fígado. "Essa já não é uma área de pesquisa em sua infância", diz Nise Yamaguchi, pesquisadora da USP e vice- presidente do Núcleo de Apoio ao Paciente com Câncer, em São Paulo. "Já existem muitos estudos consistentes. E com conclusões parecidas."

A maneira como a ginkgo e seus componentes agem em escala celular ainda não foi totalmente decifrada, mas há algumas hipóteses. "Talvez a planta esteja envolvida com a habilidade do organismo de causar apoptose, a morte programada de células defeituosas", diz Cramer (veja infográfico na próxima página). Outras estratégias descritas em diferentes trabalhos são sua habilidade para inibir os vasos que alimentam o câncer e sua capacidade de evitar danos ao DNA. Esses efeitos são obtidos por meio da ação de duas substâncias, os terpenóides e os bioflavonóides. Os primeiros viraram objeto de estudo mais recentemente. Os bioflavonóides, contudo, são conhecidos de longa data. Agem como antioxidantes, combatendo os radicais livres e impedindo o envelhecimento. Ambos fazem parte do mesmo extrato, o EGb 761 — matéria-prima dos comprimidos vendidos em farmácias.

O comprimido de ginkgo biloba desencadeia diversas reações que vão desde os pés até os ouvidos. Os vasos sangüíneos se dilatam e o sangue fica menos viscoso (mais "fino", como se diz). Assim, corre mais rápido, com mais facilidade, e alcança melhor os lugares mais distantes do coração. O labirinto, estrutura que pertence ao ouvido, passa a ser mais bem irrigado e oxigenado, o que ajuda a acabar com tonturas e zumbidos. As áreas do cérebro responsáveis pela memória e pelo raciocínio ficam mais despertas. O fluxo mais intenso também acaba com as dores nos braços e nas pernas, comuns na terceira idade. "A ginkgo produz muitos resultados e por isso divide com a ervade- são-joão o título de planta mais estudada na atualidade", afirma João Batista Calixto, professor de farmacologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e autoridade brasileira em medicamentos fitoterápicos.

Entre todas as benesses creditadas à planta, uma passou a ser questionada recentemente. É a que se refere à contribuição da ginkgo aos pacientes com Alzheimer. "Possivelmente o benefício seja alcançado apenas se a droga for utilizada de forma preventiva, anos antes do início da doença", diz Orestes Forlenza, psiquiatra e pesquisador do Laboratório de Neurociências da Universidade de São Paulo. "Os estudos clínicos da ginkgo para o tratamento de demências não demonstraram vantagens consistentes, possivelmente porque já era tarde demais e o tamanho do efeito era muito pequeno para modificar o curso clínico", explica o pesquisador, que fez uma revisão da literatura médica sobre o assunto.

São raros os casos de efeitos colaterais advindos da ingestão de ginkgo, mas não se pode ignorá-los. O remédio possui tarja vermelha e só pode ser vendido com receita médica (a dose máxima recomendada é de 240 mg/dia). Esse cuidado existe porque, ao dilatar os vasos sangüíneos, a ginkgo pode provocar enxaqueca e aumentar a sensibilidade da pele, causando alergias. Esse problema é maior nas cápsulas de pó macerado e nas folhas para chá, vendidas em lojas de produtos naturais. Além de ter a eficiência questionada (veja o quadro na próxima página), elas possuem grandes quantidades de um ácido capaz de irritar a pele. Ao afinar o sangue, a planta também pode causar sangramentos (antes de submeter um paciente a cirurgia, os médicos costumam pedir que cesse a ingestão do comprimido). Na bula do medicamento há ainda advertências com relação a distúrbios gastrointestinas e queda de pressão arterial. "A ginkgo é uma planta segura, mas deve ser usada com cautela", resume o americano Daniel Cramer.
MORTE PROGRAMADANa presença da ginkgo, as células malignas se autodestroem
1 - PROCESSO NORMALQuando alguma célula se danifica, sofre radiação ou infecção, o organismo envia uma ordem para que ela se autodestrua. Esse processo é chamado de apoptose.
2 - CÉLULAS TUMORAIS
De vez em quando surgem células malignas que podem se multiplicar desordenadamente. O corpo manda a mesma ordem de implosão, mas elas não obedecem.
3 - COM GINKGO
Na presença da ginkgo, as células tumorais ficam menos "teimosas". Quando a
mensagem chega, a célula pode ter a membrana rompida. Os restos são comidos
por fagócitos, defensores do corpo.
O QUE JÁ SE COMPROVOU? Dos muitos benefícios atribuídos à ginkgo, alguns foram validados pela literatura científica e outros, desacreditados
ZUMBIDOS NO OUVIDO E TONTURA São os principais chamarizes da planta. Ao aumentar a circulação no labirinto, estrutura interna do ouvido, a ginkgo diminui zumbidos e melhora a sensação de equilíbrio.
DORES EM BRAÇOS E PERNAS
Os benefícios do extrato para a circulação se refletem na melhor irrigação das áreas mais distantes do coração, o que alivia as dores nos membros.
ENVELHECIMENTO
Seus bioflavonóides são antioxidantes que combatem os radicais livres e evitam danos às células, acumulados com a idade.
CÂNCER DE OVÁRIO Um estudo publicado em outubro de 2005 mostrou que a incidência desses tumores diminuiu entre 60% e 70% nas mulheres que ingeriram comprimidos com extrato de ginkgo.
CÂNCER DE MAMA
Testes preliminares em laboratórios e estudos clínicos publicados em 2002 indicaram que o extrato das folhas pode inibir a proliferação agressiva de tumores de mama.
MEMÓRIA
A Organização Mundial da Saúde considera que a ginkgo melhora a capacidade de memória e de aprendizado, mas estudos recentes começam a pôr em dúvida se o efeito persiste no longo prazo.
ALZHEIMER A ginkgo já foi aprovada em alguns países para ajudar na prevenção dessa doença. Contudo, novos testes não mostraram benefícios consistentes quando o mal já está instalado.
COMPROVADO EM TESTE CONTESTADO
ALENTO EM CHERNOBYLEm 1986 a usina nuclear de Chernobyl, na então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, sofreu uma forte explosão de vapor seguida de incêndio. Mais de 200 mil pessoas tiveram de ser transferidas para evitar os efeitos da radiação. Um estudo publicado em 1995 ministrou extrato de ginkgo para 30 trabalhadores que estavam na área do acidente. Por dois meses eles tomaram três comprimidos de 40 mg. Ao final, a ginkgo reduziu os efeitos colaterais provocados pelas radiações excessivas e diminuiu o número de porções alteradas no DNA desses homens.

PRODUÇÃO GLOBAL

O extrato usado nos comprimidos viaja pelo mundo antes de chegar às prateleiras das farmácias. Em geral, as árvores são cultivadas na região de Bordeaux, na França, e na Carolina do Sul, nos Estados Unidos — tidas como as mais adequadas para o cultivo da planta. Depois de colhidas, as folhas são enviadas à Irlanda para serem extraídas. Em seguida a matéria-prima é exportada para vários países (o Brasil é um deles) onde os comprimidos são feitos e embalados.
DÁ PARA CONFIAR?
Nas farmácias brasileiras, os comprimidos de extrato de ginkgo vendidos só com receita médica competem com cápsulas de pó moído e folhas, em embalagens expostas nas prateleiras ao alcance do consumidor. Muita gente relata efeitos benéficos advindos dessas fórmulas alternativas. Mas seriam elas tão eficazes quanto os comprimidos? A resposta é não. Pesquisadores da UFSC fizeram testes para saber quanto tem de componentes do extrato EGb 761 nessas cápsulas e nas folhas da planta. Conclusão: para obter a mesma quantidade de um único comprimido de 120 mg seriam necessárias 20 cápsulas de 200 mg de pó moído. Quanto ao chá, a eficácia depende da qualidade da matéria-prima. "Mas seria preciso ingerir grande quantidade, já que os teores das substâncias ativas no chá caseiro são baixos", afirma Cláudia Simões, autora do trabalho e pesquisadora da UFSC. "A proporção ideal só é obtida com os extratos secos padronizados."
 Fonte: Revista Saúde.
Ilustração Diego Sanches produção Lívia Badan/Tenman-Ya

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

KINESIO TAPING


Kinesio TapingÉ um método de bandagem terapêutica adesiva, elástica, fina, porosa, sem medicamentos que proporciona estímulos corporal constantes para tratamento de diferentes patologias.A técnica está embasada no Conceito de Estimulação Tegumentar (CET) que permite a diferenciação da utilização desta bandagem com outros métodos similares. A bandagem terapêutica KINESIO TAPING permite sensação de suporte e estabilidade, promove analgesia e aumento do fluxo sanguíneo periférico. Importante auxílio no tratamento de diversas patologias ortopédicas, neurológicas do aparelho locomotor.
A aplicação da bandagem Kinesio Tape reduz edemas e a dor de lesões musculares. Isto ocorre porque a dor causada pela pressão exercida nos receptores, sensoriais e neurológicos, é aliviada através das ondulações que a bandagem funcional promove, elevando a pele. Desta forma a circulação sanguínea e o sistema linfático fluem livremente.
Neymar, que sabe muito bem como é valiosa a boa saúde, não hesitou na escolha para tratar lesões musculares. Em vez de comprometer sua saúde e seu rendimento com medicamentos que tratam apenas os sintomas, deixam sequelas e diversos efeitos colaterais, ele seguiu as orientações de sua equipe de experts e adotou o kinesio.
Claro que não é simplesmente colar uma bandagem na área afetada. A aplicação do kinesio deve ser feita exclusivamente por profissionais qualificados que tenham frequentado um curso de capacitação para a técnica. Para sua sorte nossas profissionais de quiropraxia aqui da Aicó são super habilitadas e são as melhores pessoas para você conversar e decidir se o método é adequado para as suas necessidades.

Indicações
Quadros álgico;                    
Lesões musculares;
Alterações posturais;
Edemas locais;
Falhas posicionais articulares.
Contra-indicações
Feridas abertas;
Edemas generalizados;
Carcinomas;
Alterações cutâneas;
Tromboses.
Material utilizado
Bandagem elástica não limitante
Composta por um polímero elástico 100% algodão
Hipoalérgica Sensível ao calor                                                      
Livre de látex
É resistente a água de rápida evaporação e secagem 
Com deformação de até 40%

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Colesterol: de Gota a Alzheimer

Em excesso, ele não é inimigo apenas do coração. De panes nos neurônios a dolorosas inflamações no dedão do pé, achados recentes desvendam o que a substância pode causar pelo corpo.

     Embora esteja na boca do povo há décadas, com frequência duas grandes confusões são feitas a seu respeito. A primeira é chamá-lo de gordura, quando, na verdade, trata-se de um álcool complexo - detalhe químico mais complexo ainda. A segunda é que seu potencial nocivo se restringe ao sistema cardiovascular. "O colesterol circula por boa parte do organismo para formar membranas celulares, ácido biliar e hormônios", relata Eder Quintão, endocrinologista do Laboratório de Lípides da Universidade de São Paulo. Esse acesso quase irrestrito, apesar de essencial para inúmeras atividades, traz seus inconvenientes. Isso porque dá a possibilidade de ele, quando nas alturas, acarretar estragos em diversas regiões.




Infográfico explica como o colesterol age pelo corpo. Confira!


Após analisarem dados epidemiológicos que relacionam altos índices da partícula a demências, por exemplo, cientistas da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, decidiram averiguar o que estaria por trás desse fenômeno. Valendo-se de equipamentos modernos, eles descobriram que o protagonista da reportagem está intimamente ligado ao surgimento das famigeradas proteínas beta-amiloides. "Essas moléculas danificam células nervosas, promovendo a doença de Alzheimer", ensina o bioquímico Charles Sanders, coordenador da pesquisa.

"O trabalho americano nos ajuda a compreender o motivo pelo qual observamos um acúmulo de placas beta-amiloides ao colocarmos neurônios em um meio de cultura repleto de colesterol", enfatiza o neurologista Paulo Caramelli, da Universidade Federal de Minas Gerais. "Mas ele não explica por que existe uma associação, principalmente em pacientes acima dos 75 anos, entre a doença de Alzheimer e problemas vasculares", contrapõe.
     Há, claro, quem acredite que esse vínculo seja resultado da idade avançada. Em outras palavras, indivíduos nessa faixa etária tenderiam a sofrer mais com ambos os transtornos simplesmente pelo fato de o corpo estar envelhecendo. Essa, entretanto, não é a única hipótese levantada pelos especialistas. "Taxas elevadas de colesterol provocam inflamações nos vasos, que, ao longo dos anos, também dificultam a passagem de sangue", ressalta Angelina Zanesco, fisiologista do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista, em Rio Claro. Se a artéria comprometida é uma que chega à massa cinzenta, as células nervosas deixam de ser abastecidas adequadamente com o líquido vermelho. Resultado: elas param de funcionar direito por falta de nutrientes, o que contribuiria para o extermínio das memórias.
     Outro mal que às vezes implica queima de arquivos mentais atende pelo nome de derrame isquêmico - o bloqueio por completo do fluxo sanguíneo acaba matando os neurônios, digamos, de fome. Em várias situações, a obstrução decorre do excesso de colesterol circulante.
     Quando o assunto é diabete, invariavelmente se fala em glicose. Mas adivinhe que outra molécula está envolvida com a enfermidade. "O excesso de colesterol no pâncreas atrapalha a fabricação de insulina, responsável por colocar o açúcar para dentro das células", revela Francisco Helfenstein Fonseca, cardiologista e coordenador do Setor de Lípides, Aterosclerose e Biologia Vascular da Universidade Federal de São Paulo. E, com doses a menos desse hormônio na circulação, a glicemia sobe que nem foguete. Por outro lado, quando você tem bastante HDL, aquela espécie de faxineiro da circulação, a probabilidade de desenvolver ou agravar o quadro diminui.
     Nem as articulações estão a salvo da avalanche de colesterol. "Ele facilita o aparecimento de crises de gota", exemplifica Ricardo Fuller, chefe do Ambulatório de Reumatologia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Esse distúrbio, caracterizado por inchaço e dores intensas nas juntas - principalmente no dedão do pé -, depende de processos inflamatórios para dar as caras. Ao que tudo indica, taxas expressivas da substância em questão auxiliam a alastrar esse incêndio.
     A artrite reumatoide, outro mal que ataca as juntas, propiciando incômodos, perda de movimento e deformações, também pode ser agravada por você já sabe quem. "Aliás, uma pesquisa deste ano verificou falhas na função do HDL de quem possui a doença", reforça Fuller. Mesmo assim, ainda faltam evidências sólidas de que o tratamento para controlar o colesterol beneficie pessoas com desordens reumatológicas.
     No futuro, a ciência deve oferecer uma resposta definitiva para essa dúvida. Outra pergunta é se a partícula abordada aqui seria o estopim para cânceres. "Segundo alguns estudos, o uso de estatinas, medicamentos que reduzem a concentração dessa molécula no sangue, previne tumores como o de próstata, mama e intestino", afirma Samuel Aguiar Júnior, cirurgião oncologista e diretor do Núcleo de Tumores Colorretais do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo. "Só que esses trabalhos são poucos e ainda controversos", ressalva.
     Um vestígio extra desse possível elo é o de que levantamentos populacionais definem sujeitos com pouco LDL e muito HDL como mais protegidos contra o câncer. "Resta saber se o dado encontrado é consequência do colesterol ou se hábitos saudáveis, que regulam seus níveis ao mesmo tempo que trazem outras melhorias para o organismo, são os verdadeiros responsáveis pelos números encontrados", pondera Aguiar Júnior.

O que doma o colesterol

    Quando descobrimos que grande parte dessa substância é manufaturada no fígado independentemente da alimentação, muita gente supõe que quase não adianta tomar cuidado com o que ingerimos. "Essa impressão não poderia estar mais equivocada", garante Raul von der Heyde, nutricionista da Universidade Federal do Paraná. "Por exemplo: o consumo de gorduras saturadas, presentes no óleo de dendê, em carnes e no leite, aumenta significativamente os índices de colesterol, sobretudo de LDL, na corrente sanguínea", argumenta o especialista.
     Se as gorduras saturadas culminam em mais LDL, as poli-insaturadas das nozes e do salmão fazem exatamente o contrário. "Mas elas, se ingeridas além da conta, infelizmente reduzem os níveis de HDL", lamenta Raul von der Heyde. Por isso, nada de abusar - o ideal é que elas componham não mais do que 10% do total de calorias do dia.
     Também aposte nas fibras solúveis. Junto com a água, elas formam um gel no intestino que impede o colesterol de ser absorvido. Para abastecer seus estoques do nutriente, invista em frutas como maçã, laranja e pera ou lance mão da aveia. Só não se esqueça de beber H2O. Caso contrário, os benefícios se esvaecem.
     Por mais que certos estudos vinculem o azeite de oliva e o abacate, fontes de gordura monoinsaturada, com mais HDL no sangue, não existe uma verdadeira comprovação de que isso ocorre. Se o objetivo é incrementar a concentração dessa aliada da saúde, a melhor estratégia atende pela alcunha de atividade física. "Os exercícios não apenas aumentam o número das moléculas como melhoram a qualidade delas", acrescenta Maria Teresa Zanella, presidente do Departamento de Dislipidemia e Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
      Para obter a benesse, são necessários esforço e um pouco de paciência. "A intensidade precisa ser de moderada a alta. Após três meses de prática esportiva constante, as mudanças começam a surgir", informa a fisiologista Angelina Zanesco. Com o colesterol sob rédeas curtas, as memórias de uma vida livre de diabete, câncer e dores nas articulações têm tudo para ficar na sua cabeçaApós analisarem dados epidemiológicos que relacionam altos índices da partícula a demências, por exemplo, cientistas da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, decidiram averiguar o que estaria por trás desse fenômeno. Valendo-se de equipamentos modernos, eles descobriram que o protagonista da reportagem está intimamente ligado ao surgimento das famigeradas proteínas beta-amiloides. "Essas moléculas danificam células nervosas, promovendo a doença de Alzheimer", ensina o bioquímico Charles Sanders, coordenador da pesquisa.
"O trabalho americano nos ajuda a compreender o motivo pelo qual observamos um acúmulo de placas beta-amiloides ao colocarmos neurônios em um meio de cultura repleto de colesterol", enfatiza o neurologista Paulo Caramelli, da Universidade Federal de Minas Gerais. "Mas ele não explica por que existe uma associação, principalmente em pacientes acima dos 75 anos, entre a doença de Alzheimer e problemas vasculares", contrapõe.
      Há, claro, quem acredite que esse vínculo seja resultado da idade avançada. Em outras palavras, indivíduos nessa faixa etária tenderiam a sofrer mais com ambos os transtornos simplesmente pelo fato de o corpo estar envelhecendo. Essa, entretanto, não é a única hipótese levantada pelos especialistas. "Taxas elevadas de colesterol provocam inflamações nos vasos, que, ao longo dos anos, também dificultam a passagem de sangue", ressalta Angelina Zanesco, fisiologista do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista, em Rio Claro. Se a artéria comprometida é uma que chega à massa cinzenta, as células nervosas deixam de ser abastecidas adequadamente com o líquido vermelho. Resultado: elas param de funcionar direito por falta de nutrientes, o que contribuiria para o extermínio das memórias.
     Outro mal que às vezes implica queima de arquivos mentais atende pelo nome de derrame isquêmico - o bloqueio por completo do fluxo sanguíneo acaba matando os neurônios, digamos, de fome. Em várias situações, a obstrução decorre do excesso de colesterol circulante.
      Quando o assunto é diabete, invariavelmente se fala em glicose. Mas adivinhe que outra molécula está envolvida com a enfermidade. "O excesso de colesterol no pâncreas atrapalha a fabricação de insulina, responsável por colocar o açúcar para dentro das células", revela Francisco Helfenstein Fonseca, cardiologista e coordenador do Setor de Lípides, Aterosclerose e Biologia Vascular da Universidade Federal de São Paulo. E, com doses a menos desse hormônio na circulação, a glicemia sobe que nem foguete. Por outro lado, quando você tem bastante HDL, aquela espécie de faxineiro da circulação, a probabilidade de desenvolver ou agravar o quadro diminui.
      Nem as articulações estão a salvo da avalanche de colesterol. "Ele facilita o aparecimento de crises de gota", exemplifica Ricardo Fuller, chefe do Ambulatório de Reumatologia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Esse distúrbio, caracterizado por inchaço e dores intensas nas juntas - principalmente no dedão do pé -, depende de processos inflamatórios para dar as caras. Ao que tudo indica, taxas expressivas da substância em questão auxiliam a alastrar esse incêndio.
      A artrite reumatoide, outro mal que ataca as juntas, propiciando incômodos, perda de movimento e deformações, também pode ser agravada por você já sabe quem. "Aliás, uma pesquisa deste ano verificou falhas na função do HDL de quem possui a doença", reforça Fuller. Mesmo assim, ainda faltam evidências sólidas de que o tratamento para controlar o colesterol beneficie pessoas com desordens reumatológicas.
     No futuro, a ciência deve oferecer uma resposta definitiva para essa dúvida. Outra pergunta é se a partícula abordada aqui seria o estopim para cânceres. "Segundo alguns estudos, o uso de estatinas, medicamentos que reduzem a concentração dessa molécula no sangue, previne tumores como o de próstata, mama e intestino", afirma Samuel Aguiar Júnior, cirurgião oncologista e diretor do Núcleo de Tumores Colorretais do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo. "Só que esses trabalhos são poucos e ainda controversos", ressalva.
     Um vestígio extra desse possível elo é o de que levantamentos populacionais definem sujeitos com pouco LDL e muito HDL como mais protegidos contra o câncer. "Resta saber se o dado encontrado é consequência do colesterol ou se hábitos saudáveis, que regulam seus níveis ao mesmo tempo que trazem outras melhorias para o organismo, são os verdadeiros responsáveis pelos números encontrados", pondera Aguiar Júnior.

O que doma o colesterol
   Quando descobrimos que grande parte dessa substância é manufaturada no fígado independentemente da alimentação, muita gente supõe que quase não adianta tomar cuidado com o que ingerimos. "Essa impressão não poderia estar mais equivocada", garante Raul von der Heyde, nutricionista da Universidade Federal do Paraná. "Por exemplo: o consumo de gorduras saturadas, presentes no óleo de dendê, em carnes e no leite, aumenta significativamente os índices de colesterol, sobretudo de LDL, na corrente sanguínea", argumenta o especialista.
     Se as gorduras saturadas culminam em mais LDL, as poli-insaturadas das nozes e do salmão fazem exatamente o contrário. "Mas elas, se ingeridas além da conta, infelizmente reduzem os níveis de HDL", lamenta Raul von der Heyde. Por isso, nada de abusar - o ideal é que elas componham não mais do que 10% do total de calorias do dia.
     Também aposte nas fibras solúveis. Junto com a água, elas formam um gel no intestino que impede o colesterol de ser absorvido. Para abastecer seus estoques do nutriente, invista em frutas como maçã, laranja e pera ou lance mão da aveia. Só não se esqueça de beber H2O. Caso contrário, os benefícios se esvaecem.
    Por mais que certos estudos vinculem o azeite de oliva e o abacate, fontes de gordura monoinsaturada, com mais HDL no sangue, não existe uma verdadeira comprovação de que isso ocorre. Se o objetivo é incrementar a concentração dessa aliada da saúde, a melhor estratégia atende pela alcunha de atividade física. "Os exercícios não apenas aumentam o número das moléculas como melhoram a qualidade delas", acrescenta Maria Teresa Zanella, presidente do Departamento de Dislipidemia e Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
      Para obter a benesse, são necessários esforço e um pouco de paciência. "A intensidade precisa ser de moderada a alta. Após três meses de prática esportiva constante, as mudanças começam a surgir", informa a fisiologista Angelina Zanesco. Com o colesterol sob rédeas curtas, as memórias de uma vida livre de diabete, câncer e dores nas articulações têm tudo para ficar na sua cabeça.

Fonte: Revista Saúde: por Theo Ruprecht | design Pilker | ilustrações Erika Onodera

sexta-feira, 13 de julho de 2012

AS SETE DORES QUE NÃO DEVEM SER MENOSPREZADAS

Elas avisam: algo está errado. Mas preferimos pensar que vão passar depressa a procurar um médico. É aí que muitas vezes damos de cara com o perigo. Saiba como escapar de um engano

Levante a mão quem nunca se automedicou por causa de uma dor. É corriqueiro achar que ela é um mal passageiro, entupir-se de analgésico e esperar até ela se tornar insuportável para ir ao médico. Estudos indicam que 64% dos brasileiros tentam se livrar da sensação dolorosa sem procurar ajuda. Foi assim com a auxiliar de dentista Antônia Sueli Ferreira, 45 anos, de São Paulo. "Tomei muito remédio durante três meses por causa de cólicas fortíssimas e do que parecia ser uma lombalgia. Só depois fui ao médico. E então descobri que tinha um câncer colorretal. Tive de ser submetida às pressas a uma cirurgia. Por sorte, estou bem", conta. Segundo o cirurgião Heinz Konrad, do Centro para Tratamento da Dor Crônica, em São Paulo, "a dor é um mecanismo de proteção que avisa quando algo nocivo está acontecendo". A origem do malestar? Eis a questão — e, para ela, precisamos ter sempre uma resposta. "Na dúvida, toda dor precisa ser checada, ainda mais aquela que você nunca sentiu igual", aconselha o cardiologista Paulo Bezerra, do Hospital Santa Cruz, em Curitiba. Aqui, selecionamos sete dores que você nunca deve ignorar.

Dor de cabeça
Dos 10 aos 50 anos, ela geralmente é causada por alterações na visão ou nos hormônios — esta, mais comum entre as mulheres. E esses são justamente os casos em que a automedicação aumenta o tormento. "Isso porque, quando mal usado, o analgésico transforma uma dorzinha esporádica em diária", avisa o neurocirurgião José Oswaldo de Oliveira Júnior, chefe da Central da Dor do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo. Acima dos 50 anos, as dores de cabeça merecem ainda mais atenção: é que podem estar relacionadas à hipertensão.

Dor de garganta
Costuma ser causada pela amigdalite de origem bacteriana ou viral. "Se não for tratada, a amigdalite bacteriana pode exigir até cirurgia", alerta o otorrinolaringologista Marcelo Alfredo, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André, na Grande São Paulo. A do tipo viral baixa a imunidade e, em 10% dos casos, vira bacteriana. Portanto, pare de banalizar essa dor. Se ela parece nunca ir embora, abra os olhos: certos tumores no pescoço também incomodam e podem ser confundidos, pelos leigos, como simples infecções.

Dor no peito
"Quando o coração padece, a dor é capaz de se espalhar na direção do estômago, do maxilar inferior, das costas e dos braços", descreve o cardiologista Paulo Bezerra. Em geral, isso acontece quando o músculo cardíaco recebe menos sangue devido a um entupimento das artérias. "A sensação no peito é como a de um dedo apertado por um elástico. E piora com o estresse e o esforço físico", explica Bezerra. Não dá para marcar bobeira em casos assim: o rápido diagnóstico pode salvar a vida.

Dor nas pernas
Muita gente não hesita em culpar as varizes — às vezes injustamente. "A causa pode ser outra", avisa a fisiatra Lin Tchia Yeng, do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Uma artrose, por exemplo, provoca fortes dores nos pés e nos joelhos. Se não for tratada, piora até um ponto quase sem retorno. "Em outros indivíduos a dor vem das pisadas", explica Lin. "É quando há um erro na posição dos pés ou se usam calçados inadequados." Sem contar doenças como hipotireoidismo e diabete, que afetam a circulação nos membros. "Há medicamentos específicos para resolver a dor nesses casos", diz a reumatologista Solange Mandeli da Cunha, do Centro de Funcionalidade da Dor, em São Paulo.

Dor abdominal

Uma dica: o importante é saber onde começa. Uma inflamação da vesícula biliar começa no lado direito da barriga, mas tende a se irradiar para as costas e os ombros. Contar esse trajeto ao médico faz diferença. "Se a pessoa não for socorrida, podem surgir perfurações nessa bolsa que guarda a bile fabricada no fígado", diz o cirurgião Heinz Konrad. Nas mulheres, cólicas constantes — insuportáveis no período menstrual — levantam a suspeita de uma endometriose, quando o revestimento interno do útero cresce e invade outros órgãos. "Uma em cada dez mulheres que vivem sentindo dor no abdômen tem essa doença", calcula a anestesiologista Fabíola Peixoto Minson, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Dor nas costas
A má postura e o esforço físico podem machucar a coluna lombar. "É uma dor diária, causada pelo desgaste físico e pelo sedentarismo", diz o geriatra Alexandre Leopold Busse, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Conviver com o tormento? Essa é a pior saída. A dor nas costas, além de minar a qualidade de vida, pode escamotear o câncer no pâncreas também. "No caso desse tumor, surge uma dor lenta e progressiva", ensina a fisiatra Lin Tchia Yeng. Por precaução, aprenda que a dor nas costas que não some em dois dias sempre é motivo de visitar o médico.

Dor no corpo

Se ele vive moído, atenção às suas emoções. A depressão, por exemplo, não raro desencadeia um mal-estar que vai da cabeça aos pés. "O que dá as caras no físico é o resultado da dor psicológica", diz Alaide Degani de Cantone, coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Saúde, em São Paulo. "Quem tem dores constantes aparentemente sem causa e que vive triste, pessimista, sem ver prazer nas coisas nem conseguir se concentrar direito pode apostar em problemas de ordem emocional", opina o psiquiatra Miguel Roberto Jorge, da Universidade Federal de São Paulo. E, claro, essas dores que no fundo são da alma também precisam de alívio.

Ajude o médico a descobrir a verdadeira causa de seus “ais”. Leve as seguintes informações para a consulta:

Quando
Puxe pela memória o dia, semana ou mês em que sua dor deu as caras e identifique a frequência com que ela aparece — se é diária, quantas vezes por dia se manifesta e quanto tempo costuma durar.

Onde
Aponte os lugares do corpo em que a dor ocorre. Se for difícil especificar um ponto, mostre a região afetada. Explique também se ela começa em um lugar e, dali, se irradia para outros.

Como
Descreva a sensação — queima? Dá pontadas ou agulhadas? Formigamento? No lugar onde dói, você sente um aperto ou pressão? Acredite: para os ouvidos dos especialistas, esse tipo de informação vale ouro.

Avaliação
Dê uma nota de 1 a 10 à sua dor, comparando-a a outras que você já sentiu. Avalie o grau e não deixe de contar ao especialista se teve febre, perda de apetite ou falta de sono depois que a dor apareceu.


Fonte: Revista Saúde- por Débora Didonê

 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Esclerose Múltipla

O QUE É ESCLEROSE MÚLTIPLA

A Esclerose Múltipla é uma doença de origem neurológica que se manifesta através de surtos (aparecimento de novos sinais e/ou sintomas, ou o agravamento dos já existentes), devido a múltiplas inflamações e desmielinização (destruição da Bainha de Mielina) da substância branca do encéfalo e na medula.  
A Esclerose Múltipla é uma doença crônica com prevalência em pacientes na faixa etária de 20 a 40 anos. Sua maior incidência recai sobre pessoas do sexo feminino, numa proporção de 2 (duas) mulheres para 1 (um) homem. Raramente é diagnosticada em pacientes com menos de 15 anos e/ou com mais de 50 anos. Existem alguns tipos de Esclerose Múltipla, tais como:
Forma Progressiva: 

Piora clínica contínua, sem surtos ou remissões, no período mínimo de 6 meses e no máximo de 12 meses, com aumento de um ponto na escala de incapacidade. 

Formas Clínicas:

Remitente Clínica: Apresenta-se sob a forma de surtos, podendo evoluir com a presença ou não de incapacidade motora. O surto não altera o nível de alteração motora.
Primaria Progressiva: Há desde o início, agravamento progressivo dos sinais e sintomas da doença.
Secundariamente Progressiva: Começa em geral com surtos e retornos à normalidade, passando depois a evoluir com agravamento dos sintomas e sinais da Esclerose Múltipla. Podem ocorrer surtos, mas sem o retorno à normalidade, pois os sintomas e sinais permanecem em progressão.
Progressiva Recorrente: Inicia-se já com progressão das manifestações clínicas da doença. Podem ocorrer surtos eventuais, mas o quadro clínico continua a se deteriorar. 
UM POUCO DE HISTÓRIA

A Esclerose Múltipla (EM) começou a ser pesquisada com maior objetividade científica a partir dos primeiros anos do Século XX. Sua identificação, no entanto, foi esboçada desde que Augustus d'Este introduziu, nos anos 1800, a primeira descrição documentada dos sintomas da doença que, para ele, estariam associados a eventos estressantes, como acompanhar um funeral, por exemplo.
Em 1844, Cruveilher descreveu pela primeira vez as lesões anatômicas responsáveis pelas manifestações clínicas da EM, enquanto o pesquisador Jean-Martin Charcot confirmou, em 1878, o diagnóstico efetivo da doença e estabeleceu sua definição clínica.
A descoberta da Bainha de Mielina, no entanto, somente ocorreu, em 1878, graças aos estudos de Louis Ranvier. Posteriormente, outros pesquisadores contribuíram com investigações mais profundas nesse campo, até demonstrarem a importância da mielina na condução das mensagens ou impulsos nervosos. 
Dr. Jean-Martin Charcot (1825 - 1893) 
Em 1916, James Dawson identificou as lesões iniciais da EM, indicando a ocorrência de infiltração de linfócitos, macrófagos e células plasmáticas no cérebro, o que levaria à desmielinização precoce das fibras nervosas.
Entretanto, Thomas Rivers desenvolveu, em 1935, um modelo de doença animal com características próximas às da doença, sugerindo a presença de alterações imunológicas como base para o desenvolvimento da EM, além de incluir a Bainha de Mielina como o alvo central dessas reações.
Mais tarde, no decorrer de 1955, aconteceram dois eventos importantes para a compreensão mais detalhada da Esclerose Múltipla.
Os pesquisadores Ross e Reitan demonstraram que os portadores dessa enfermidade apresentavam graves dificuldades em exercer atividades que exigiam força e coordenação motora, além de dificuldades intermediárias na formação de conceitos, mas preservavam sua capacidade de raciocinar e falar. 
John Kurtzke desenvolveu a primeira escala capaz de classificar os diferentes estágios da Esclerose Múltipla. Uma versão mais atualizada dessa escala é utilizada até hoje: EDSS - Expanded Disabilty Status Scale ( Escala Expandida do Estado de Incapacidade). 
CRONOLOGIA

1868 - A Esclerose Múltipla foi descrita por Jean Martin Charcott.
1878 - Ocorreu à descoberta da Bainha de Mielina por Louis Ranvier.
1916 - Uma descrição microscópica detalhada do tecido cerebral doente foi feita por James Dawson, que revelou os processos básicos em ação na Esclerose Múltipla.
1935 - Ocorreu o desenvolvimento de uma doença animal semelhante à Esclerose Múltipla, por Thomas Rivers, finalmente sugerindo uma base autoimunológica para a doença, com a mielina no Sistema Nervoso Central como alvo.
1946 - Fundação da Sociedade Nacional de Esclerose Múltipla dos Estados Unidos.
1948 - Descoberta de faixas oligoclonais no fluído espinhal por Elvin Kabat e Col.,   fornecendo um teste diagnóstico sugestivo da Esclerose Múltipla e posteriormente ligando-o ao sistema imunológico.
1965 - Critério de diagnóstico definitivo desenvolvido por um comitê  especializado reunido pela Sociedade Nacional de Esclerose Múltipla dos Estados Unidos.
1969 - Foi comprovado que a ACTH tratava exacerbações de    Esclerose Múltipla. Este foi o primeiro teste cuidadosamente controlado de um tratamento efetivo para a Esclerose Múltipla, usando critérios de diagnóstico padronizados e escalas de classificação para se avaliar os pacientes de Esclerose Múltipla.
1979 - Desenvolvimento do Interferon Beta.
1980 - Pesquisa e desenvolvimento do Interferon Beta Natural Humano de Fibroblastos (FRONE), pelo Grupo Ares-Serono.
1981 - A Ressonância Nuclear Magnética foi inventada, com as primeiras imagens de um portador de Esclerose Múltipla. A RNM revolucionou o diagnóstico de Esclerose Múltipla e estabeleceu o conceito de EM como uma doença constantemente ativa ao invés de uma doença reincidente.
1984 - Introdução do FRONE no mercado mundial.
1986/1997 - Desenvolvimento do Interferon Beta 1 A Recombinante de Células de Mamíferos (REBIF), pelo Grupo Ares-Serono.
1996/1997 - Introdução do REBIF no mercado mundial.
1997 - Criação da ACEM - Associação Cearense de Esclerose Múltipla. 
A ESCLEROSE MÚTLTIPLA NO MUNDO




QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS

A sintomatologia inicial da EM é extremamente variável, pois não há apresentação típica ou clássica, como ocorre com outras enfermidades. As alterações visuais, motoras e sensitivas são as que, em geral, aparecem como primeiras manifestações. Os distúrbios esfincterianos (urgência ou retenção urinária), embora importantes, são menos freqüentes no início da Esclerose Múltipla.
Os Sintomas mais freqüentes são:
  • Paresias
  • Parestesias
  • Disestesias
  • Neurite Ótica
  • Diplopia (Visão Dupla)
  • Vertigem
  • Marcha Atáxica
  • Urgência ou Retenção Urinária
As paresias constituem quase sempre as alterações motoras mais comuns, acometendo, sobretudo os membros inferiores. Quando incidem em membros superiores, o paciente geralmente apresenta déficit motor associado de membros inferiores.
As parestesias e disestesias são também freqüentes. Os pacientes se queixam de sensações de calor e/ou formigamento em diversas regiões do corpo, sem conseguir apontar uma causa específica. 
Os sintomas crônicos mais comuns são:
Passada a fase inicial ou de instalação, o paciente com EM pode evoluir com um elenco de sintomas crônicos que, na maioria das vezes, são bem conhecidos por quem lida com este tipo de enfermidade neurológica:
  • Paresias
  • Parestesias
  • Disestesias
  • Urgência ou Retenção Urinária
  • Atrofia Ótica
  • Sinal de Lhermite
  • Incordenação Motora
  • Fadiga
  • Espasticidade
  • Depressão
DESCRIÇÃO DOS SINAIS E SINTOMAS

As manifestações iniciais da EM podem variar de forma bem acentuada, pois qualquer queixa subjetiva ou sinais objetivos apresentados a seguir podem constituir a primeira expressão da enfermidade: 
FATIGABILIDADE/DEBILIDADE/FRAQUEZA: Às vezes acompanhada de sonolência exagerada. Afeta mais freqüentemente as pernas. Embora os braços e as mãos podem ser afetados isoladamente ou em conjunto com as pernas. A fadiga ou cansaço excessivo, desproporcional à atividade realizada, é um dos sintomas mais comuns e incapacitantes da EM, interferindo profundamente com as atividades profissionais ou domésticas dos pacientes. Caracteristicamente a fadiga não tende a se acentuar com a evolução da doença, mas pode ocasionar acentuação dos outros sintomas queixados pelos portadores. Medidas terapêuticas medicamentosas e não medicamentosas são muito úteis na redução deste importante sintoma.  
PARESTESIAS:  São queixas freqüentes, quer como sintomas iniciais quer como fenômenos que surgem durante a evolução da EM. Como todas as manifestações do quadro, principalmente nas fases iniciais, elas podem regredir, por completo, pelo menos durante certo tempo. Parestesias são sensações subjetivas, sem qualquer sinal detectável ao exame neurológico, em que o paciente refere impressões vagas de adormecimento e de formigamento em partes do corpo, num ou mais membros, ou ainda no tronco. São sintomas, por vezes desconfortáveis, que não se acompanham de qualquer dor. 
ALTERAÇÕES DA VISÃO: Perda unilateral da visão (neurite ótica) e aparecimento de visão dupla das imagens ou descontrole no movimento dos olhos. A Neurite óptica é mais prevalecente como sintoma de apresentação da doença em pacientes mais jovens. O portador de EM, em geral, queixa-se de embaçamento ou turvação da visão em um dos olhos, precedida ou junto a dor ocular que se acentua com a movimentação dos olhos. Ocasionalmente o portador pode relatar perda da porção superior ou inferior do campo visual, ou escotoma central (mancha escura no centro da visão). 
O exame pode demonstrar perda variável da acuidade visual, alterações da percepção de cores e defeitos campimétricos. O exame de fundo de olho é, em geral normal na fase aguda da neurite, uma vez que há predominância da lesão no segmento retrobular do nervo óptico. Apenas algumas semanas depois a palidez começa a desenvolver na porção temporal do disco óptico.
Envolvimento simultâneo bilateral dos nervos ópticos é excepcional na EM e deve ser diferenciado de outras neuropatias ópticas, principalmente na neuropatia óptica hereditária de Leber.
Envolvimento seqüencial, no entanto, é muito comum no curso da doença, enquanto a recorrência é encontrada em 15% dos portadores dentro de 6 a 24 meses após o surto inicial de neurite óptica.
Pacientes com neurite óptica freqüentemente apresentam o fenômeno de Uhthoff, que se caracteriza pela redução da acuidade visual (embaçamento da visão) com o aumento da temperatura corporal, como durante exercícios físicos, exposição ao calor, banho quente ou febre. Mais raramente o fenômeno de Uhthoff pode ocorrer durante as refeições, uso de cigarros ou nos períodos menstruais. Este fenômeno pode ocorrer subclinicamente, precedendo a diminuição da visão.
Defeito pupilar aferente relativo pode ser observado nos pacientes com neurite óptica unilateral ou assimétrica. Sua presença é indicativa de lesão das vias ópticas anteriores, auxiliando a confirmação objetiva da queixa de baixa de visão do paciente.
O envolvimento dos nervos motores oculares é raro na EM. Os nervos mais acometidos, em ordem de freqüência são o III, oVI e o IV. A diplopia (percepção de visão dobrada, ou imagem dupla) resultante da disfunção destes nervos é transitória.
A oftalmoplegia internuclear (OIN) unilateral ou bilateral é um achado muito comum em pacientes com EM, refletindo envolvimento do fascículo longitudinal medial no tronco encefálico. A EM é a causa mais comum de OIN bilateral. A OIN se caracteriza pela perda ou redução da adução do olho homolateral à lesão e por nistagmo no olho que abduz.
Nistagmo (Movimentos involuntários de batidas ou arrancos dos olhos) de vários tipos é também comum na EM, e os pacientes podem se queixar de oscilopsia (percepção de visão trêmula). 
VERTIGENS (Tonturas): Trata-se de uma ocorrência comum a muitos outros problemas, mas que em reduzido número pode estar relacionada à Esclerose Múltipla. Alguns pacientes referem-se a uma sensação de que, abruptamente, os objetos giram a seu redor e essa sensação rotatória é acompanhada, às vezes, de náuseas e/ ou vômitos. Evidencia-se neste quadro, atribuível a inúmeras causas, excepcionalmente ser um sintoma de Esclerose Múltipla.  
PERDA DA AUDIÇÃO: A perda da audição e dores decorrentes de nevralgia do trigêmeo também podem ocorrer. Como as placas de desmielinização costumam se localizar em qualquer área do sistema nervoso central, embora raramente, podem também se localizar nas vias auditivas e proporcionar queda da audição. Trata-se de um quadro ímpar no decurso da afecção: "a esclerose em placas não torna ninguém surdo", outro aforismo francês, nem sempre verdadeiro mas que quando ocorre pode passar desapercebido pelo próprio paciente. Será apenas detectado através de testes audiométricos, realizados pelo otorrinolaringologista ou então através do registro dos potenciais evocados auditivos.   
ALTERAÇÕES ESFINCTERIANAS:  A dificuldade de controles urinário e intestinal, são principalmente observadas nas formas medulares da EM, que também pode evoluir com a impotência sexual.
A queixa esfinctérica mais comum é em relação ao funcionamento da bexiga, ocorrendo em 75% dos portadores.
Urgência urinária (dificuldade para segurar a urina), secundária à desinibição do músculo detrusor da bexiga, por lesão suprasegmentar é a queixa mais comum. Com a progressão da doença, a incontinência urinária (urina solta) tende a ocorrer mais freqüentemente. Envolvimento de níveis sacrais da medula ocasiona hipoatividade da bexiga com redução do fluxo, interrupção da micção e esvaziamento incompleto, predispondo a infecções urinárias recorrentes.

ALTERAÇÕES MENTAIS E EMOCIONAIS:   São raras no início da doença. Nas formas avançadas, porém, "podem" surgir distúrbios do intelecto, depressão e até mesmo quadros demências. 
Sintomas emocionais são freqüentes na EM, e se caracterizam principalmente por ansiedade e depressão. A melhor compreensão da doença e de suas características naturais, dos mecanismos dos sintomas e sinais, assim como das medidas de tratamento medicamentoso ou suportivo são de grande valor para o controle destes sintomas. Em alguns estudos a depressão é relatada em até 50% dos pacientes, se apresentando como tendência para o isolamento, desânimo para as atividades, pensamento negativista, preocupação e irritabilidade.
Inapetência, emagrecimento e alterações do sono são comuns, a depressão pode afetar significativamente a vida familiar e social dos portadores. Os portadores e os familiares devem discutir com o seu médico a ocorrência destes sintomas que podem ser abordados por medidas de suporte medicamentoso ou psicoterápico. As alterações cognitivas, como diminuição de memória recente, da rapidez para resolver problemas e dificuldades de percepção visuoespacial tem sido estudadas com técnicas especiais de reabilitação e treinamento. 
INCOORDENAÇÃO MOTORA: Com o comprometimento desmielinizante do cerebelo (localizado na parte posterior do encéfalo), surgem alterações motoras, como perturbações do equilíbrio, incoordenação dos movimentos voluntários, dificuldade de articulação das palavras (disartria), tremores involuntários, alterações da deglutição (disfagia), etc.
O envolvimento do trato corticoespinal resulta em graus variáveis de fraqueza muscular, espasticidade e hiperreflexia tendínea.
A espasticidade é o aumento involuntário do tônus muscular e traz grande desconforto e limitação dos pacientes. Cerca de 90% dos pacientes apresentam algum grau de espasticidade. A introdução de medicamentos pode proporcionar acentuada melhora deste sinal. Paraparesia ou paraplegia (perda de força nas duas pernas) é mais freqüentemente encontrada que a fraqueza dos membros superiores devido à freqüente ocorrência de lesões nos tratos motores descendentes da medula espinhal. A fraqueza é, em geral, assimétrica. Diminuição dos reflexos tendíneos pode ocorrer por interrupção do arco reflexo em nível segmentar.
Desequilíbrio e ataxia axial ou apendicular (tremores, incoordenação para realizar atos com as mãos) podem ocorrer por envolvimento das vias proprioceptivas na medula espinhal ou por lesão de vias cerebelares se caracterizam também por alteração da voz e por achados oculares como distúrbios sacádicos, nistagmo, dismetria ocular e falha na supressão da fixação.
O tremor intencional ocorre  quando o paciente tenta realizar um movimento qualquer, como, por exemplo, segurar um copo de água, ou no manuseio dos talheres. O tremor postural, como da cabeça também pode ocorrer. Os distúrbios cerebelares estão freqüentemente associados às alterações piramidais e podem ser tratados pelo uso de medicamentos apropriados. 
ALTERAÇÕES SUBJETIVAS DE SENSIBILIDADE: O portador de EM pode referir sensações de anestesia em certas partes do corpo, o que é geralmente comprovado durante o exame neurológico. Em algumas eventualidades, a sede das placas pode ocorrer na parte posterior da medula e o paciente fica então limitado do conhecimento da posição do seu corpo, no espaço. Quando o fenômeno se localiza nos membros inferiores, evidencia de alterações do equilíbrio, principalmente quando se encontra privado do controle visual, ao fechar seus olhos (sinal de Romberg). A marcha no escuro torna-se, na verdade, impossível, pois o paciente se desequilibra e cai. 
DIAGNÓSTICO

A identificação de pacientes com EM era baseada sobretudo no estudo das características dos sintomas da doença e no acompanhamento de sua evolução, pois não se dispunha de exames complementares (laboratoriais) que pudessem esclarecer o diagnóstico com maior exatidão.
Em 1981, porém, essa orientação foi amplamente modificada com a introdução das primeiras imagens do cérebro de pacientes, obtidas através da Ressonância Nuclear Magnética (RNM). O método é de alta resolução, o que permite caracterizar com clareza as placas típicas encontradas no cérebro de portadores de Esclerose Múltipla.
A RNM tornou-se uma técnica utilizada no mundo inteiro, inclusive no Brasil, para analisar a progressão da doença e também a quantidade, a gravidade e a importância das lesões da EM encontradas no sistema nervoso central.
Não existe uma prova única de exame para a Esclerose Múltipla, e não é fácil de ser diagnosticada, uma vez que, há sintomas que aparecem em outras patologias do Sistema Nervoso Central (SNC).
Faz-se necessário, uma história clínica completa do paciente, com uma exploração aprofundada e provas para a confirmação do diagnóstico.
Por exemplo:
  • História Clínica (antecedentes do paciente relacionados à Esclerose Múltipla);
  • Características dos Sinais e Sintomas sugestivos da doença;
  • Exames Neurológicos;
  • Ressonância Nuclear Magnética;
  • Outros exames que ficam a critério do médico que acompanha o paciente;
  • Ressonância Nuclear Magnética (RNM): Este exame, é de fundamental importância para o diagnóstico da EM, uma vez que o mesmo pode revelar a EM antes da presença de um quadro clínico indicativo.