terça-feira, 29 de setembro de 2009

Fisioterapia X Plasticidade Neural


Plasticidade neural é a capacidade do sistema nervoso em modificar as conexões sinápticas. É um conceito amplo que se estende, desde as respostas às lesões traumáticas destrutivas até as sutis alterações resultantes dos processos de aprendizagem e memória. A plasticidade neural pode resultar em recuperação de uma função perdida devido à lesão (plasticidade benéfica), mas pode também gerar funções mal adaptadas ou patológicas (plasticidade maléfica).
São exemplos de neuroplasticidade maléfica a dor fantasma que surge num membro que foi amputado (dor em uma parte do corpo que já não existe mais!) ou em cérebros que sofrem repetidas crises epilépticas. Um bom exemplo de plasticidade benéfica ou compensatória é a maior representação no córtex motor da área dos dedos em indivíduos cegos que lêem Braille ou indivíduos normais que tocam piano.
Durante muito tempo, acreditou-se que o sistema nervoso central (SNC), após seu desenvolvimento, tornava-se uma estrutura rígida, que não poderia ser modificada, e que lesões nele seriam permanentes, pois suas células não poderiam ser reconstituídas ou reorganizadas. Hoje, sabese que o SNC tem grande adaptabilidade e que, mesmo no cérebro adulto, há evidências de plasticidade na tentativa de regeneração.
A plasticidade neural refere-se à capacidade que o SNC possui em modificar algumas das suas propriedades morfológicas e funcionais em resposta às alterações do ambiente. Na presença de lesões, o SNC utiliza-se desta capacidade na tentativa de recuperar funções perdidas e/ou, principalmente, fortalecer funções similares relacionadas às originais.
A reabilitação física faz parte do meio ambiente em que o paciente neurológico encontra-se inserido, dessa forma, faz-se necessário que o terapeuta seja conhecedor de alguns fatores que interferem direta ou indiretamente nos processos plásticos do SNC.